sábado, outubro 25, 2008

Lealdade, Humildade, Procedimento


"Nunca vão nos defender
Sempre vão nos criticar
Mas eu quero que se foda
Largo minha família
Pra te ver jogar"


Duas coisas que vocês devem saber antes de ler esse post:

Primeiro, eu sou Flamengo e tenho uma nega chamada Tereza

e

Segundo, o bar Ponto de Encontro, na Avenida do Contorno seria apenas mais um copo sujo que vende cerveja gelada, torresmo cabeludo e carne de panela de cor duvidosa boiando em gordura e que possui banheiros sem condições de uso.

Seria...

Mas, quando chega a Fiel BH, a torcida mais bacana que eu já vi na vida, o Bar Ponto de Encontro deixa de ser o bar pé-de-chulé e vira um templo de adoração ao Timão.

A Fiel BH é o que o nome já diz: a torcida organizada, um pedacinho da Gaviões da Fiel aqui em Belo Horizonte.

Eles marcam seus encontros para assistir jogos sempre pelo orkut. E a coisa é fantástica. Eles divulgam o local, data e hora e os adeptos concordam em participar apenas informando que estão "envolvidos".

É assim:

Corinthians x Ceará
25/10/2005, 16 horas, Bar Ponto de Encontro

e os fiéis respondem:

Otto: envolvido

Nunca vou te abandonar: envolvido

Corinthiana, maloqueira e sofredora: envolvida

Mas ainda que você não esteja oficialmente "envolvido", se você chegar lá com o firme propósito de torcer pelo Corinthians, você será bem-vindo.

E o que eu, uma vez flamengo, sempre flamengo, fazia lá?

Bom... dois dos meus amores são corinthianos, maloqueiros e sofredores e hoje, diante da perspectiva de o Corinthians voltar para a 1ª Divisão, não havia como ficar longe do templo. Fui com o firme propósito e alguns hinos na ponta da língua. Só não tinha camisa do time pra vestir, mas isso é mero detalhe.


"Salve o Corinthians
O campeão dos campeões
Eternamente
Dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians
De tradição e glórias mil
Tu és o orgulho
Dos desportistas do Brasil"


E chegando lá tivemos uma grande surpresa... não muito agradável, diga-se de passagem Não apenas a Corinthianada de BH tinha marcado de assistir ao jogo lá. O bar, que não tem lá muito espaço físico, também era o local escolhido para a concentração de uma micareta quarqué da "Ivete". Portanto, havia ali, lado a lado com os corinthianos um mar de abadás verdes e azuis com o nome de "Ivete" na barriga. Pensei... "isso não vai dar certo".

Por sorte, os micareteiros foram super educados (ou ficaram inibidos com a corinthianada presente).

Pois bem. Delimitamos território: nós (e me coloco aí no meio dos fiéis), que necessitávamos das TVs, ficamos dentro do bar onde os aparelhos estavam instalados. E eles (malditos micareteiros) ficaram nas mesas de fora. E o nosso barulho foi tanto, que nós encolhemos os micareteiros.

"Dá-lhe, dá-lhe, ôôô
Dá-lhe, meu Corinthians
Você é minha vida
O meu grande amor"


Hoje foi o Grande Dia do Curintia! Era só o timão ganhar, o Barueri perder e, tcharan! Primeira divisão!

Nem preciso dizer que assistir ao jogo não foi o mais importante pra mim. Fiquei lá assistindo à torcida. Todos vestidos com a camisa do time, instrumentos musicais, charangas ensaiadas na ponta da língua. Quase um estudo antropológico.

Começa o jogo e eles começam a cantar como se o time, lá no Pacaembu, pudesse ouvir sua música:

"Aqui tem bando de louco
Louco por ti, Corinthians
Pr'aqueles que acham que é pouco
Eu vivo por ti, Corinthians

Eu canto até ficar rouco
Eu canto pra te empurrar
Vamos, vamos ver o timão
Vamos ver o timão
Não pára de lutar".


E lá estava todo tipo de corinthiano: tem aquele quietinho, que só assiste e reza, tem os charangueiros que tocam todos os hinos e cantam o tempo inteiro e dão alma ao lugar, pai e filhos (os meus), mãe com bebê de 6 meses no meio daquela zoeira e fumaça de cigarro, o tiozão que senta sozinho pra poder olhar os shortinhos das garotas do Axé que de vez em quando entravam para buscar uma cerveja ou ir ao banheiro, as maloqueiras sofredoras que sofrem e choram quando o time ganha, a flamenguista disfarçada...

No intervalo, eles dão um tempo na bandinha pra poder tomar uma água, respirar um ar, mas ainda assim se ouve os comentários: o curintia é do caralho! Fiel é fiel, mano!

Pois é. Uma das coisas mais bacanas em Belo Horizonte, Minas Gerais, é aquele pedacinho de São Paulo lá. De fato... o Curintia é do caralho! E fiel é fiel, mano!

"Ai, ai, ai, ai, (aiaiai)
Está chegando a hora
O dia já vem
Raiando, meu bem
SEGUNDA tô indo embora".

9 comentários:

Mari disse...

Ah Ju ate chorei....pq fui uma daquelas que nem quis assistir o jogo com medo....corintiana com medo de ficar na segunda de novo !!!!
Mas sabe que o coração corintiano é sempre corintiano !!!!!
Amei
Mande salvações !!!!!!

Denise disse...

Eu juro que não entendo a adoração que as pessoas tem por este time.

Mari disse...

Denise

por vc nao sentir vc nao entende!é uma coisa de dentro ....sem explicação igual ao Amor.....vc nasce corintiana nao vira !!!!!!

Beijao
TIMAO EOEOEOEOOEOEOOEOEO

Denise disse...

...

Juliana A.B.F. disse...

Denise, só presenciando a corinthianada bonita vibrando pra você sentir o que é isso.

Maíra disse...

Hehe que legal, ñ sabia que tinha torcida organizada do Corintians aqui em BH!
Eu ñ torço pra nenhum time não, não curto.

Beijossss

Anônimo disse...

aproveito e deixo um beijo pro corintiano mais ilustre do mundo: o Super Lucas!

xexeu disse...

oi galera ai me add no orkut xexeu22-100%dafiel@hotmail.com
e ai me passa o locais de encontros nos bares e caravanas..

xexeu disse...

cole galeraai me fala onde aq em bh a encontros da gavioesnos bares e nos
timaooooooooo