sexta-feira, outubro 26, 2007

O que te faz feliz?

Eu sei, eu sei, Gigi e Gotinha Serena! Abandonei o blog. Posso alegar cansaço, preguiça, muito trabalho no escritório, mais trabalho ainda em casa e tudo isso é verdadeiro. Mas o que me fez dar essa parada compusória foi mesmo falta de assunto. E agora ainda vou chupar uma idéia lançada no blog da Mari e requentada no blog da Isis. Quer dizer, estou aqui fazendo um croquete do resto do mexidão feito com o resto do jantar da terça-feira.

Mas gostei do tema. É bacana pensar no assunto e descobrir que existem algumas coisas que me fazem feliz. Principalmente, nessa fase sem-ioga. É mais fácil, nesse momento, pensar em coisas que me irritam do que naquelas que me fazem feliz. Mas esse blog anda num mau-humor desgraçado e daqui a pouco ninguém vai vir aqui ler o que essa mulher ranheta escreve.

Vou, então, falar de coisinhas cor-de-rosas, que nem em uma redação da escolinha primária

O que me faz feliz

Meus filhos dormindo em suas caminhas. Poderia dizer meus filhos brincando. Meus filhos sendo brilhantes, meus filhos sendo engraçados, meus filhos me abraçando. Tudo isso seria verdade. Mas meus filhos dormindo me fazem muito mais feliz. E se você for uma mãe sincera, vai concordar comigo. É a hora em que eles estão mais seguros e, principalmente, é quando eles dão menos trabalho.

Meus filhos. Ponto.

Almoço em família. Comida boa, companhia boa, muitas risadas.

Reunir com gente que eu gosto em uma mesa de boteco.

Rir até doer a barriga.

Chorar em filme água-com-açúcar.

O Greg House dedilhando Baba O'Reilly na mesa de trabalho dele.

Coca-cola. Zero, de preferência. E bem gelada em um copo alto e sem cubos de gelo.

Ganhar uma ação.

Pensar que num futuro não muito distante eu não vou mais precisar pensar em ganhar ações.

Os Bobs. O Marley cantando Kaya naquela versão mole e menos trabalhada. E o Dylan cantando Like a Rolling Stone.

Aula de ioga (por motivos óbvios)

Viagem inesperada e sem planejamento. De preferência pro meio do mato.

Comer bem.

Beber bem.

Algum dinheiro no bolso.

Gastar esse dinheiro com alguma bobagem desnecessária.

Acordar com o cabelo bom.

Acordar no sábado.

Ganhar e dar presentes.

O Otto e absolutamente tudo que fazemos juntos.


Agora eu quero saber quem vai ser mais sem-vergonha que eu e fazer a farofa do croquete velho que eu, muito malandramente, usei pra atualizar o blog.

terça-feira, outubro 02, 2007

Maria-vai-com-as-outras

Eu sou mesmo uma maria-vai-com-as-outras. Basta alguém que eu considere inteligente, a tal "outra", me dar uma opinião, falar de um livro, filme, série de tv ou música, que eu vou logo lá conferir.

Foi assim que eu fui apresentada ao Calvin, ao Queen, ao Inspetor Clouseau e ao Darth Vader pelo meu nego, a quem eu sigo com mais assiduidade.

Mas existem outras "outras" que essa maria vai atrás. Foi assim com o David Bowie e com a Amelie Poulain da Silvia, com o Torero e com a Clarah Averbuck do Randall, com o Sex and the City da Isis. Foi assim com a Nação Zumbi e com o Bob Marley e o Jimi Hendrix da Cris. Foi assim com o Stone Roses da Dê (esse último do Randall também)... a lista é enorme e eu poderia ficar aqui pra sempre falando disso. Acho até que foi assim que eu escolhi ser advogada.

É claro que tem coisas que me apresentaram e eu nem gostei. Fui lá, conferi e disse "ah, tá! então tá! legal!" e deixei pra lá. Pra dar um exemplo, não gostei do Los Hermanos, do Mundo Livre S/A ou da Pequena Miss Sunshine.

Sou tão preguiçosa para descobrir coisas sozinhas - às vezes até acontece, vá lá! - que eu agradeço cada dica que me dão, boas ou nem tão boas, porque é assim que eu sempre tenho um novo livro pra eu ler, uma nova música pra eu escutar, um novo filme para assisitir...

Pois uma dessas coisas que me foram apresentada por duas "outras" que eu fui atrás, está me transformando em uma viciada neurótica. As culpadas são a minha cunhada Rê e a Silvia (sempre ela, sempre ela!).

Meu mais novo vício é o House! Nem Friends, nem Lost e nem ER me viciaram desse jeito.

Amo o Hugh Laurie, amo a série, fico nervosa quando o paciente entra em colapso, acho massa quando ele descobre o que o moribundo tem olhando um desenho de uma camiseta de outro paciente ou pros peitos da garota que acabou de passar na rua. Gosto quando ele canta a chefe de um jeito meio canalha e ofensivo mas com sotaque inglês! Adoro! E como não adorar? Ele cita o Mick Jagger, toca piano e guitarra.

Já estou até aprendendo o jargão. A pessoa pode ter granolumatose, doença alto-imune (o mais comum é lúpus), linfoma não-Hodgins, EM (esclerose múltipla). Mas apesar de cogitar isso todo dia, nunca é o que o infeliz tem. Normalmente o que a pessoa tem é algo absolutamente absurdo e nunca dantes cogitado. Essa semana foi peste negra (aquela da idade média!), carrapato e um tipo raro e maligno de ameba.

Todo dia alguém vomita sangue, tem uma parada respiratória ou cardíaca. E a facilidade com que se faz uma biópsia do cérebro? É como tomar cafezinho em padaria. Tem biópsia no cérebro todo dia.

O que complica a minha vida é que, diariamente, durante uma hora, eu esqueço que tenho filhos e marido. Faça chuva ou faça sol, durante uma hora eu sou toda do House.

E o que complica mais ainda é que eu não posso ter nem espirrar que já começo a pensar em EM, granolumatose...