sexta-feira, março 30, 2007

Midiática

(um postezinho de última hora só para tirar a minha cabeça da greve dos controladores de vôo e da grande possibilidade da minha viagem melar)




Em tempos de biguibroder o bacana mesmo é ser anônimo... e normalmente eu sou bacanérrima porque o mais perto que normalmente chego da fama e notoriedade é a minha página no Orkut, vez por outra visitada por um desconhecido ou outro.

Mas confesso que já tive meus momentos de fama também... E como sou exibida, vou contá-los par vocês.

1. Quando criança, em todas as férias, eu participava do Programa do Tio Mário, em Uberaba. O programa era como um "Domingo no Parque Triangulino", com um Silvio Santos meio jeca (e se me lembro bem, magrelo e careca). E os prêmios não eram Tênis Montreal, bicicleta, brinquedo da Estrela. Eram pasta de papelão, canetinhas, lápis de cor, régua. E o primeiro lugar ganhava uma camisetinha. Nem preciso dizer que eu nunca ganhei a camisetinha. Mas o legal é que o tio Mário premiava todos os participantes, não só os vencedores. Então eu tinha uma coleção de pasta de papelão e massinha de modelar.

2. Conta audição de piano tocando a "Marcha dos Soldadinhos de Chumbo", ou "Musette" ou "Uma, duas angolinhas?". Acho que vale... Bom, eu participei de umas três ou quatro. E meu pai até chorou de orgulho (foi orgulho sim!).

3. Falando em pai... fiz um dueto com ele em um videokê de um posto de gasolina em Ubatuba. Uma coisa, assim, meio Duets, saca? O que faz de mim a Gwyneth Paltrow. Mas não cantei Betty Davis Eyes, nem Cruisin'... Cantamos uma música do Roberto Carlos (para nós, cantores de videokê, Bob), porque se é para pagar mico, vamos pagar direito! Mas é ciúme, ciúme de você, ciúme de você, ciúme de você... Poesia pura!

4. Se contam as audições de piano e apresentações em videokê em posto de gasolina... também contam as apresentações de Jazz promovidas pela professora Chris Potiguara, no CRT de Tucuruí. Ah... rolou uma no CRA. Eu dancei a música da Marina, aquela das "bundinhas de fora". Não... minha bundinha não apareceu nessa história.

5. Já que eu resolvi contar todas as passagens de glória da minha vida... os desfiles do "curso de manequim da Marilim". Em minha defesa, alego que todas as minhas amigas faziam o tal do curso. Era meio para fazer parte da turma. E rolou até uma provinha de conclusão de curso. Nessa prova, a gente tinha que desfilar para umas juradas, trajando roupa de festa, roupa casual, biquini... Fiquei em penúltimo lugar, graças à minha elegância de pata. Não fiquei em último lugar, infelizmente, porque a Lizandra estava menstruada no dia da prova e não desfilou de biquini.

6. Cantei no show do Luiz Melodia... Éééééé! Por essa vocês não esperavam, né? É, véio, ele desceu do palco, veio até meu assento e colocou me colocou o microfone perto da minha boca para eu cantar a música que estava rolando. Um pedacinho de Estácio, eu e você. Cantei aquela parte "hoje o tempo está mais firme, abre mais meu apetite". Abalei as estruturas do Teatro Alterosa naqueles trinta segundos em que o microfone esteve perto da minha boca... não sei se é coincidência mas, desde então, o cara não apareceu mais em BH.

7. A Angela Ro Ro mandou o Otto me dar um amasso no show dela. Também no Teatro Alterosa. Ah... esse Teatro Alterosa... Não sei porque eles não me deixam mais comprar entrada para nenhum evento que rola lá.

8. E meu momento mais brilhante, o auge da minha vida profissional: eu fui advogada do Tiririca em uma audiência aqui em BH! Ainda conto essa passagem gloriosa da minha vida para vocês.

quarta-feira, março 21, 2007

Vejam o filme!

Adoro chorar em filmes românticos.

E devo acrescentar que não é um chorinho contido. Não!!! É uma enxurrada! Choro até a cara ficar vermelha e inchada, o nariz começar a escorrer e eu não conseguir mais respirar de tanto soluço. Dependendo do filme, pode ser que eu deixe uma lagrimazinha no canto do olho escorrer e só. Mas meu grande prazer é chorar até quase desmaiar. Mas não choro alto. Eu sei respeitar quem está do meu lado assistindo ao filme.

E como vocês devem imaginar, meu marido passa maus bocados com essa minha excentricidade. Imagina sair com uma mulher completamente arrasada da sala de cinema? Aliás, o Otto já está escolado. Antes de começar a crise ele muda de lugar, finge que não me conhece e fica tudo certo. Me encontra meia hora depois de terminado o filme quando, então, eu já estou composta, com a cara lavada e maquiagem retocada.

Mas por que eu estou contando isso?

É porque ontem eu chorei gostoso! Elsa & Fred.


Na verdade, não foi a enxurrada habitual, mas o filme é maravilhoso, delicado, romântico, engraçado e delicioso. Eu até já imaginava que seria tudo isso, porque tinha recebido boas indicações. Só que estava "economizando" para assisti-lo em uma ocasião especial (plantão do Otto, por exemplo, porque se rolasse choro barra pesada, ele seria poupado). Mas o filme é tão bacana que eu fiz questão de assisti-lo de novo, dessa vez com meu nego, porque esse filme é pra ver com cobertor de orelha.

E já está na minha lista de filmes românticos preferidos, logo depois de Simplesmente amor e um pouco antes de Tarde demais para esquecer.

Eu gosto de filmes românticos porque eu sempre me transporto para eles e me torno a personagem principal. Eu já fui a Audrey Hepburn várias vezes. Perdi a conta de quantas Megs Ryans eu fui. Deborah Kerr, algumas ocasiões. Há muitos anos atrás fui a Molly Ringwald (filminho romântico dos anos 80 também contam). Bridget Jones por duas vezes, Celine, Amelie Poulain (essa eu fui por vários meses)... todas tão lindas e tão românticas... mas, agora eu quero ser uma velhinha embusteira de 82 anos. Mentirosa, alegre, passional, atrevida, charmosa. Eu quero ser a Elsa. E fazer do meu meu nego o Alfredo mais feliz do mundo.

segunda-feira, março 12, 2007

Uma imagem vale mais que mil palavras



Eu sei que não se cutuca onça com vara curta. Mas resistir como?


Isis,

Essa é para encerrar a discussão e provar meu ponto de vista: não há nada de incoerente em gostar do Messias de Jah e capetão do Mick Jagger. Eles convivem em harmonia, seja no meu walkman, seja na minha estante de cds, seja nessa foto postada especialmente para você. Diariamente, eu ouço Positive Vibration seguida por Sympathy for the devil. É quase uma prece.

Deus e o Diabo, de vez em quando, filosofam (e dão um peguinha também... é só olhar para a cara de feliz do trio aí em cima para saber o que eles estavam fazendo antes da foto).

Ainda que isso não encerre nossas discussões futuras sobre o assunto (e nem é isso que eu quero), que fique registrado que em toda e qualquer pendenga Marley-Stones eu, desde já, me declaro vencedora. Uhuuuuu!!!

domingo, março 04, 2007

Medo, pero no mucho

Quero explicar que o último post foi escrito em um momento em que eu estava extremamente sensível e que, normalmente, aquela lá que escreveu não sou eu. Escrevi uma coisinha que estava na minha cabeça. Depois de escrever, fiquei levinha. Foi bom! Mas gerou um comentário preocupado da Isis e um telefonema ainda mais preocupado da minha mãe (pelo menos, a Camila, minha cunhada, gostou do que eu escrevi. Me deu até parabéns por eu estar triste!).

Pois bem. Aquela não sou eu! Na verdade, sou eu, mas não em meu estado normal de temperatura e pressão. Foi só um sentimentozinho extremo, um exagerozinho, uma auto-piedade momentânea, algo muito sagitariano da minha parte. Já estou eu. O medo de noite ainda existe, mas fora ter muito sono de manhã, está perfeitamente sob controle. Já voltei para a ioga e, brevemente, vou escrever que isso também acabou.

Esse post que resvalou o piegas quase foi devidamente deletado. Pensei seriamente nisso. Quem leu, leu. Quem não leu, não vai ter mais a oportunidade de me ver insegura. Uma amiga minha, Simone, ontem falou: - Deleta mesmo! Tá muito deprê!

Bom, Simone, decidi não deletar. Ele fica. Mas com o registro de que aquele "passamento" já foi superado.

A parte boa é que, se a gente não é bem humorada e alegrinha 24 horas por dia, 7 dias por semana, ninguém nunca - nunca mesmo! - vai nos confundir com a Ivete Sangalo. Nem com um Teletubie.

quinta-feira, março 01, 2007

Medo, medo, medo

Nunca pensei em vir falar aqui dessa coisa doida que vem acontecendo comigo em algumas noites, mas é meu assunto recorrente ultimamente... então, vira post também. Relutei em falar sobre medo. Não é um assunto confortável. Medo é uma coisa que deixa a gente vulnerável, aberta a ataques. Mas lendo um post da Isadora (http://www.a-prateleira.blogspot.com), me pus a pensar sobre "o" medo, o que vem bem a calhar, já que eu ando tendo crises de medo horríveis durante a noite, dessas de acordar de repente sem conseguir respirar.

Esse medo noturno começou há cerca de um mês, acontece durante a madrugada, dura uns minutos ou horas a fio e eu não sei o motivo, o que deu o start na minha mente louquinha. O que eu sei é que ando me sentindo a doidinha do hospício. Porque não é um medo específico. Não é algo que eu possa definir, do tipo "tem alguma coisa babando embaixo da minha cama", ou medo de barata ou do Charles Bronson ou de assombração ou de morrer de bala perdida. Aliás, durante a crise é impossível até falar. É uma coisa realmente estranhíssima: é medo de tudo, do dia seguinte, da noite em curso, de não conseguir mais respirar... algo realmente apavorante.

Bom... mas não se preocupem que eu estou procurando uma solução pra coisa toda.

Como o que o que eu tenho feito o tempo todo é refletir sobre o tema, vou falar do meu maior medo: passar em branco pela vida. Viver uma vidinha burocrática, não marcar a vida de ninguém, não ter ninguém que um dia diga “você me faz falta”, “quero você aqui agora”, “lembrei de você quando vi isso”. Ou, depois que o Otto ficar viúvo (porque seria de extremo mau gosto ele morrer antes de mim e eu ficar viúva!) ter alguém para citar uma frase minha, contar uma história que eu vivi... Eu quero que meus tataranetos ouçam de meus bisnetos (porque eu terei bisnetos, ok?) “Essa história foi a Bisa Ju que contou”. Quero ser uma das referências que meus filhos terão na vida deles. Ser alguém para dividir a vida.

Ambiciosa, não? Mas nem tanto... Não sou de “fazer amigos e influenciar pessoas”. Meu círculo de relacionamentos é do tamanho de uma bolinha de gude. Mas a bolinha é de ouro. Nunca sonhei alcançar grandes públicos. Nunca sonhei nem mesmo com platéias intimistas. Aliás, não quero nem público. Quero é participar. Quero é viver, olhar, sentir, tocar, respirar, chorar, rir. Mas rir as minhas risadas e rir com gente que se lembrará delas. Chorar as minhas dores com as pessoas que se importem com elas. Porque o pior da vida é ver a vida passar e a gente não estava nela para saber como foi.

A calhar os versos do poetinha:

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cairPra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não