terça-feira, dezembro 13, 2005

É sempre lindo andar...

Sexta-feira eu desembarco em São Paulo. Não me canso de declarar meu amor a essa cidade. E motivos para gostar de São Paulo não me faltam:

Mooca: andar pela Mooca, principalmente acompanhada do meu sogro é um passeio único. A gente passa na lotérica, faz uns joguinhos na mega e lotomania (coisas que não têm a menor graça quando feitas aqui em BH) e faz planos para gastar o dinheiro.

Feiras livres: Primeiro passeio que faço assim que chego a São Paulo. É quase um ritual para saber que estou em São Paulo mesmo. Cheguei. Estou de férias. Ir a uma feira livre ouvir o vendedor falar: "aí lindá, vem ixprimenntá um pedaço di mannga, lindá! Tá docinha. Uma por déis real".

Avenida Paulista: A primeira vez que estive em São Paulo, como toda boa caipira, quis ir de metrô até a Avenida Paulista. E ela é a rua mais bonita do Brasil mesmo. Desde a Casa das Rosas (ou como diz o Randall Neto - www.febrealta.blogger.com.br -, Coupê Mal Assombrado da Corrida Maluca) até a Avenida da Consolação. É lá que tem um McDonalds em estilo rococó. E por ali andam os executivos de terno elegantérrimos misturados com adolescentes de cabelo colorido e tanto piercing pelo corpo que mais parecem pára-raios.

Cinemas em horários alternativos: antes do meio dia e depois da 23 horas. E com preços alternativos. Perfeito para quem está de férias.

Sotaque paulistano: música para meus ouvidos mineiros. Aliás, cabe aqui um parentesis. Meu sotaque original é do estado de São Paulo. Santo Anastácio. Oeste Paulista. Puxava os erres com vontade. Depois de 16 anos de Belo Horizonte, eu falo mole.

Cruzamento da Ipiranga com São João: é piegas, mas quase chorei a primeira vez que estive lá.

Orgias gastronômicas, mais conhecida como comilança: nona italiana... preciso explicar?

Chocotone: é claro que BH tem chocotone. Até das mesmas marcas que têm em São Paulo. Mas é mais gostoso o que eu como lá. Aquele que a Dona Maria, a nona italiana, escondeu de todo mundo especialmente para mim.

Rei do Mate: não há essa delícia por aqui.

Andar pelo Centro com o Otto: minha melhor companhia para todos os passeios. E tomar um mate no Rei do Mate no fim do passeio.

Parque do Ibirapuera.

Pizza de mussarela do Palucci.

Amigos, família, sobrinhos...

E o principal: não trabalhar, não passar nem perto de computador, não falar de Direito do Trabalho, aliás, nem saber o que é Direito do Trabalho, empresa, preposto, recursos, prazos, por dez dias inteiros... ou seja, um sonho!

E cadê a sexta-feira que não chega?

domingo, dezembro 04, 2005

As + enferrujadas



Esse é o nome de um disco que eu comprei em uma mesa de boteco. CDzinho pirata. Eu sei, pirataria é crime, mas o CD é daqueles que os caras fazem uma seleção própria, não tem em loja para vender... tecnicamente, não é pirata.

Devo confessar que, além de tudo, comprei o CD por causa de uma paixão adolescente... o A-Ha. A primeira faixa: Take on me.

Como toda garota de 15 anos do fim da década de 80, que usava sutiã de ombreira da mãe, tênis Redley sem cadarço, calça bag e madeixas desfiadas à la Cláudia Raia, eu suspirava por esses rapazes com cabelos estranhos. E, junto com a minha irmã, passava a tarde toda ouvindo o disco e decorando as letras para poder cantar nas festinhas de fim de semana.

Tinha até outras musicas legais no CD, tais como Daniel, do Elton John (eu gosto de Elton John, sim, vai encarar?) Essa música, Daniel, sempre me faz lembrar uma passagem de um livro do Stephen King, onde o malvadão, depois de espancar a mulher grávida até levá-la ao aborto, lava as mãos ensanguentadas, assoviando candidamente a melodia. Desde então, sempre que eu faço uma maldadezinha (não tão horrível como a do rapaz do livro), eu assovio essa música.

Mas voltando ao A-ha: primeira providência ao entrar no carro: ouvir Take on me, claaaaaaaaaaaaro. No talo. E começar a dançar freneticamente no banco. Até o carro chacoalhar. E a cantar aos berros, em um êxtase brego-nostálgico... até ser interrompida por meu digníssimo nego:

- Ju, se eu fosse você não vibraria tanto com um CD que se chama "As + enferrujadas".

Aposentei o CD. Nada como ter alguém que lhe empresta o senso de ridículo quando o seu falha.