quarta-feira, agosto 22, 2007

Tô afim

Não gostei muito do nome. Três irmãos de sangue, a princípio, me soou como 2 filhos de Francisco.

Mas a comparação acaba aí. Impossível traçar qualquer paralelo entre a família do Francisco e a família Souza.

O formato também não é dos meus preferidos - documentário. Se bem que depois de ver o Vinicius e o Tom bêbados, meus preconceitos acerca desse tipo de filmes diminuiram muito.

E se o Chico Mário e o Betinho, que são figuras admiráveis, já me fariam querer muitíssimo assistir a esse filme, o Henfil faz com que eu vá correndo, voando, saltitante, de braços abertos e em câmera lenta, como quem vai encontrar um amante.

Me aguarde, amor, que eu já vou te ver!

terça-feira, agosto 21, 2007

Sex-orkut

Lembram de um post que eu fiz, falando que o orkut servia para reaproximar amigos, fazer novos amigos e, além disso, tinha ainda o pessoal que me mandava recados para ver suas trepadas com seus namorados, ver a Cicarelli dando dentro do mar, blá blá blá? O serviço de utilidade pública do Orkut, o sex-orkut?

Pois é. Agora a coisa tornou-se mais íntima. As meninas e rapazes que antes me mandavam os recados para eu acessar os seus vídeos, agora me convidam para ser amiga. É Xaiane Cristal, Christinny Pink, Ritha Costha, Cláudya Surfistinha, Charles Bem-dotado. Todo dia tem um, dois convites desses no meu orkut. Um bando de chacretes e Alexandres Frotas do terceiro milênio. Fico até pensando se não é sempre a mesma pessoa... Vai olhar o perfil e é sempre a mesma coisa. No "sou eu" consta: visite meu vibeflog: http://www.gostosafazendosacanagem.blablalbla.com/. E a pose sexy da foto, segurando o cabelo pra cima, barriguinha de fora, perninhas dobradas daquele jeito de fazer o bumbum empinar. Meio deprê, devo dizer.

Será que eles olham para a minha foto e pensam: "essa aí tem cara de safadinha, vai acessar meu flog, vai contratar meus serviços. Pronto. Vou convidar para ser minha coleguinha". Se for isso, fico até meio lisonjeada de ser confundida com uma das safadinhas do orkut. Logo eu que tenho o perfil mais bem comportado do orkut. Nem preenchi aquele pefilzinho pessoal... Talvez seja algo na foto que eu coloquei lá.

Pensando bem, vou manter a fantasia e abrir um perfil só para atender aos meus novos amigos. Com um nome de chacrete, tipo Jullye Hurricane (o y a mais é imprescindível para identificar-se como um da tribo). E procurar no Google uma foto da Rita Cadillac novinha.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Na Mooca









Apesar do clima estranho que rolava em São Paulo, uma certa tristeza do pessoal pelos últimos acontecimentos, da friaca que até agora eu não consegui tirar do meu osso, da gripe monstruosa que o André pegou e da greve de metrô que me fez ficar presa na Radial Leste na quinta-feira, visitar a Mooca é sempre inspirador. Pra vocês terem idéia, eu volto para Minas completamente italianada.

Eu já expressei aqui todo meu amor pela cidade de São Paulo, pela Avenida Paulista, pelo Centro da cidade, pelo metrô, pelo Rei do Mate, alguma coisa acontece no meu coração e essas coisas que todo mundo sabe a meu respeito.

Mas hoje, especificamente, minha declaração de amor vai para o único bairro do mundo que tem bandeira e hino: a Mooca. Porque a Mooca não é simplesmente um bairro em uma cidade grande. A Mooca é um estado de espírito, um way of life. O morador da Mooca não é paulistano. Aliás, é. Mas antes disso, ele é da Mooca.

E como o frio não permitiu que eu saísse para muito longe, aproveitei essa minha última ida a São Paulo para curtir a Mooca.

Uma das coisas que eu amo é o sotaque do Moquense (ou moqueiro, como minha cunhada do Tucuruvi chama o vivente da Mooca) é muito mais gostoso que a fala do resto de São Paulo. Não é aquela coisa pomposa meio Shopping Ibirapuera. Nem é uma coisa malaca de periferia. O moquense, como bom descendente de italiano, fala com o corpo todo, usa palavras antigas e gírias na mesma frase, fala pelos cotovelos (talvez isso já esteja até englobado no falar com o corpo todo), capricham nos erres e nos finais de sílaba com n . Por exemplo: lá não se fala pimenta. Fala-se pimeinnnnta, assim mesmo, com esse i no meio e um monte de enes depois.

Outra coisa que eu adoro na Mooca: todo mundo torce pro Juventus. Não importa se o cara é corinthiano, palmeirense ou sãopaulino. Se é da Mooca, é Juva de coração. Tanto é assim, que meu cunhado reconheceu um Moquense em um show pela camisa do Juventus. Nunca tinha visto o cara, mas se abraçaram como se fossem parentes que não se viam há muitos anos.

Feira livre é outra coisa típica da Mooca. Eu sei que aí na sua rua também tem feira livre, mas não é a feira livre da Fernando Falcão, ou da Jumana, ou da Guaimbé. Porque na feira livre da Mooca, os feirantes tem o maior prazer em alimentar as pessoas, independente se essas vão comprar ou não. O negócio é enfiar um pedaço de manga, mexirica ou carambola guela abaixo do sujeito só para receber o elogio de que a fruta está gostosa, está docinha. E lá não importa se você tem 18 ou 81 anos. O feirante vai te chamar de "linda" e de "menina". Se isso não é delicioso, eu não sei mais o que é.

Outra coisa que eu adoro na Mooca é a D. Noêmia, uma manicure japinha com sotaque italiano (isso só lá na Mooca mesmo pra ter). Se eu quiser me inteirar das histórias ocorridas nos últimos 6 meses, é só ir lá.

Ah, e a Cida, a síndica do prédio? Uma piada pronta. Se você pensar naquelas síndicas de filmes, com rolinho na cabeça, ranhetice estampada na cara e um marido bundão, pode saber que você pensa na Cida. Ela implicava com meu marido quando ele era criança e agora implica com o meu filho. Quer tradição maior que essa? E como vaso ruim não quebra, acho que ela viverá (e será síndica) para implicar com meus netos.

E é lá na Mooca que eu, órfã de avós sanguíneos, tenho uma nona italiana. Daquelas nonas que fazem macarronada aos domingos, enchem nossa boca de comida maravilhosa e nossos ouvidos de histórias lindas e ensinamentos sábios. Essa, assim como a Mooca toda, eu ganhei do meu marido moquense.

Vou aproveitar esses momentos de boas lembranças, em que eu ainda tenho um gostinho de Mooca na boca e continuo falando "pimeinta", antes do meu sotaque mineiro voltar. Fim do ano eu volto lá. Tá ligado?

O hino da Mooca
Letra: José das Neves Eustáquio

Sou da Mooca, sou moquense.
Amo esta região,
Meu bairro muito querido
Estás no meu coração.
Mooca, bairro tradição
Da Zona Leste és portal
Símbolo de uma região,
No trabalho és triunfal.
Teu dinamismo de agora
São heranças bem distantes.
Foste trilha outrora
De valentes bandeirantes.
Tens esportes, tens cultura,
Universidade até.
Os teus templos abrigam
Um povo com muita fé.
Desde o Parque D. Pedro
Tudo em ti é sucesso
Tuas ruas e avenidas
Representam o teu progresso.
Sou da Mooca, sou moquense,
Amo esta região
Meu bairro muito querido
Estás no meu coração.
É bonito o teu brasão
Bela é a tua bandeira
Nas festas de nosso povo
Tremula sempre altaneira.
Teu poema é história
Deste bairro hospitaleiro
Nascido à margem de um rio
Deste solo brasileiro.
Mooca em tupi quer dizer
Nossa casa, nosso abrigo,
No trabalho e no lazer
O moquense é muito amigo.
És valente, meu torrão.
Toca, meu bairro, toca
O canto com emoção.
Mooca, Mooca, Mooca