segunda-feira, dezembro 25, 2006

O Rei Morreu!

Morreu James Brown, o Rei do Soul. O Rei do Funk (ou você pensava que funk era Atoladinha? Por favor!!!). Certamente, Deus enfrentará alguns problemas de hierarquia... porque Mr. Brown não vai aceitar ser apenas o segundo no comando, acreditem. Ele é a estrela, a atração principal.Certamente, vai ter porrada e alguém vai chamar o camburão. Tão importante, tão importante, que não poderia ter morrido em um dia qualquer...Alguém que sempre primou por suas entradas triunfais, fez sua derradeira saída no Natal. Mais triunfal impossível!!!

Só esse mês é o terceiro. Ontem, Braguinha pediu para os anjos abrirem alas e foi-se pela estrada a fora. Semana passada, Sivuca foi tocar Feira de Mangaio para Clara Nunes cantar. Há alguns meses, o maestro Rogério Duprat foi tropicalizar o céu.

...E minha estante de CDs, a cada dia que passa, mais parece um cemitério. Estou pensando em escrever epitáfios nas capa dos meus discos.

Desculpem não haver tom natalino nisso, mas estou triste!

sábado, dezembro 23, 2006

A Revelação

Almoço de uma uma família classe média comum. Pai, mãe, o filho mais velho, o filho do meio e o bebê.

A conversa gira sobre o trivial simples, assuntos leves, bem apropriados para a hora do almoço: conflito no Oriente Médio, o aumento nos salários dos deputados, a crise na aviação, o cara que morreu atropelado na Cristiano Machado...

De repente, o filho mais velho, que normalmente almoça em silêncio, dá um murro na mesa e faz a revelação:

- Eu sou pagodeiro!

Por um interminável minuto ninguém fala nada, só olham para a criatura como se tivesse brotado antenas em sua cabeça.

Passado o primeiro momento, a mãe começa a chorar convulsivamente, gritando "Meu coração... Meu coração..." e o irmão do meio a soltar risinhos abafados. O bebê continua com o estava, se lambuzando com a comida. O pai se levanta de sopetão, joga o prato na parede e começa a gritar:

- Eu não aceito isso!!! Eu não aceito isso!!!

O pagodeiro tenta acalmar os ânimos:

- Pai, calma, por favor! Isso não é o fim do mundo e...

- Não é o fim do mundo? Não é o fim do mundo???? O que poderia ser pior? Ser pagodeiro E sertanejo? E funkeiro? Isso é o fim do mundo sim! Isso é o fim do mundo pra caralho!!! Onde foi que eu errei? Eu fiz tudo certinho, dei discos de rock, gastei horas ensinando as letras do Deep Purple para esse degenerado, levei no show dos Rolling Stones.... paguei intercâmbio para Liverpool!!! Era para esse bosta gostar de Beatles!

- Pai, eu sempre quis te contar. Eu não gosto de Beatles. Eu gosto do Netinho!!! Eu gosto é de ir a bar de pagode! Eu sou um pagodeiro excelente. Sei fazer umas quatro coreôs diferentes. Sou eu que invento as dancinhas do nosso grupo, o Tchacatchacanabutchaca!

- Tchacatch... seu merdinha da porra ! - o pai dá um pescotapa no pagodeiro - E a coleção de CDs do Queen? Os vinis raros do The Who que eu te dei no seu aniversário de 18 anos?

- Pai, eu ia te contar...Eu leiloei no e-bay para poder gravar nosso primeiro CD. Ficou muito bom, pai! Você não pode julgar antes de ouvir. Tenho certeza que quando você ouvir você vai gostar.

O irmão do meio, que já tinha se revelado rapper no ano anterior e era, até então, considerado a ovelha negra da família, começa a rir mais alto.

- Eu não tenho mais filho!! Você não é mais meu filho!! Você vai embora dessa casa ainda hoje!

- Mas, pai...

- E não me chama de pai!

O bebê passa a papinha no cabelo, distraidamente.

A mãe, que até então só chorava, resolve se manifestar. Dirige-se, furiosa, ao pai:

- A culpa é sua! Eu falei para você conversar com ele quando ele ficou batucando naquela caixinha de fósforo! Eu falei!

- Agora a culpa é minha? É você que fica em casa! Você viu quando ele pintou os cabelos de loiro e não falou nada! Disse para mim que roqueiro também fazia dessas coisas!!

O pagodeiro, tentando se defender, diz:

- A culpa é de vocês dois. Vocês têm CDs de samba aqui em casa.

A mãe e o pai gritam juntos:

- É CARTOLA, SEU BOSTA!!!

Nesse ponto da conversa, Dona Ceição, que trabalha com a família há muitos anos e emprestou os primeiros CDs do Raça Negra para o menino, teve que ligar para a polícia, porque aconteceu um acidente com a faca de carne que estava na mão do pai. Por sorte, o socorro chegou a tempo e o pagodeiro passa bem.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Ho, ho, ho!!!

UM NATAL MARAVILHOSO PARA TODOS OS VISITANTES DESSE BLOGUINHO AZUL!!! QUE O SACO DO PAPAI NOEL DE VOCÊS SEJA ENORME!!! QUE A RABANADA ESTEJA QUENTINHA, O VINHO GELADINHO E O PERU SABOROSO E BEM RECHEADO!!! QUE NO DIA 25 HAJA SONRISAL SUFICIENTE EM CASA (PORQUE AS FARMÁCIAS ESTARÃO FECHADAS). E QUE O PRESENTE DO AMIGO OCULTO NÃO SEJA O ÚLTIMO CD DA IVETE SANGALO.

Respirando...

Frase da minha amiga querida, irmã em Jah e filósofa pessoal Isis Louca Braga: encher os pulmões de família.

Achei a frase perfeita porque descreve tão bem o sentimento de família que eu tenho...

Família a gente respira - às vezes até se entoxicar, é certo. Mas é tão necessária que sem eles, meus familiares, me sinto asmática.

Minhas bombinhas de O2 puro, amo e preciso vocês!!! Quando estou perto, encho minhas narinas e meus pulmões de cada pedacinho de vocês, meus amores!!!

Agora chega de escrever, porque está ficando piegas.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Isso é tudo verdade...

Eu queria ter nascido americana. Uma hora dessas, já tinha processado alguém por algum absurdo qualquer, ganharia uma bolada e há esta hora estaria de papo pro ar, sem precisar trabalhar o resto da minha vida.

Duvidam? Então leiam:

"Sentenças judiciais verdadeiras, mas absurdas...Conhecem Stella Liebeck, a senhora de 81 anos que se queimou com café quente, enquanto tentava beber e dirigir ao mesmo tempo? Dona Stella ganhou indenização do McDonald’s. Em sua homenagem, foi criado nos EUA o Prêmio Stella, para sentenças judiciais verdadeiras, mas absurdas.Alguns favoritos do ano:

1 - Carl Truman, 19 anos, de Los Angeles, ganhou o reembolso de despesas médicas, e US$ 74 mil de indenização do motorista de um carro que passou em cima de sua mão. O motorista deu partida e andou, sem perceber que Truman estava roubando suas calotas.

2 - Terence Dickson, de Bristol, roubou uma casa e quis sair pela garagem. Portão enguiçado. Tentou voltar para a casa, mas a porta tinha batido e se trancara. Passou oito dias na garagem, com algumas latas de Pepsi e um saco de ração de cachorro. Só saiu quando os donos voltaram de viagem. Ganhou US$ 500 mil de indenização por "angústia mental indevida".

3 -Merv Grazinski, de Oklahoma, levou o motor-home para a estrada, regulou a velocidade em 120 km/h e saiu do volante para fazer um cafezinho. O motor-home saiu da pista e capotou. Grazinski processou a fábrica,porque o manual não dizia que o motorista precisa ficar na direção com o veículo em movimento.Ganhou um motor-home novo, mais US$ 1,75 milhão de indenização."


Quero processar alguém agora!!!!!!!!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Auto-retrato

Eu não combino com o Direito. Esteticamente falando. Por isso, me monto diariamente para atender às minhas necessidades profissionais...

Quando não estou travestida de advogada: calça jeans, all star vermelho e qualquer blusa. Tantos colares quanto uma mãe-de-santo pode usar. Cara lavada;

Quando não estou conversando com um colega, ou com promotor ou juiz: vocabulário de estivador;

Quando não estou com meus cabelos amordaçados em razão do exercício profissional: cabelos ao vento e nada de pente;

Quando não estou com a minha postura contida especial para ser usada em repartições públicas: risadas altas.

Assustadora, hein?

Mas isso é só porque ainda não inventaram um óculos de ver a alma da pessoa. Porque meu espírito não é nem de advogada, nem de louca escrachada: dentro de mim mora uma Audrey Hepburn, de vestido esvoaçante e sapatinho de cristal - apesar de meus modos estarem mais para Catifunda.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Cabeça vazia

Como é que tem gente que mantém dois, três blogs atualizados e sem repetir textos? Tá difícil ter inspiração para postar mal e porcamente em um...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Retratação Pública

Para não perder um precioso leitor do meu blog e para evitar brigas conjugais com desdobramentos desastrosos, devo fazer uma retratação pública com o meu marido Otto.

Quando eu e Silvia conversamos e eu coloquei no blog a teoria dela (que eu iria ganhar um CD de música sertaneja, comentário que foi apenas um xiste dela), deveria logo abaixo ter defendido como se deve o meu cônjuge: o Otto é realmente um garimpeiro de bons discos e mesmo que ele olhe em uma banca de CDs perebas, vai sempre enxergar apenas o que for ouro escondido entre a merda. Jamais compraria sertanejos, axés, funks, pagodes e afins.

Me desculpe, nego? Dá para tirar a calça jeans essa noite?

Subindo Bahia



Estava eu aqui recolhida ao meu mau humor sazonal, sem vontade nenhuma de falar com ninguém (milagre?) ou escrever. Até porque qualquer coisa que eu escreva durante a TPM (Tira as Patas, Moleque!) sai muito, muito azeda. Mas hoje, tudo miraculosamente deu certo, apesar da TPM (Tocou, pegou, morreu!): via crucis dos tribunais foi vencida com sucesso, comprei as passagens para SP (ueba!!!), dei conta de todos os pequenos afazeres da minha atribulada vida de mulher-trabalhadeira-pé-de-boi/mãe/dona otta... e tudo isso sem soltar um berro sequer. E como diz meu Velho Saravá, "é melhor ser alegre que ser triste". Resolvi, então, falar de alguma coisa que eu gosto e fazer um post bem azulzinho.

Muito bem... eu gosto da Rua da Bahia.

Aliás, essa é a vista da minha franciscana sala de trabalho, meu único luxo além da foto dos meus filhos. Essa rua é o espírito da minha cidade.Bem, vou mostrá-los onde estou e vocês verão o que eu vejo todos os dias: vindo da Praça da Estação, vá subindo a Rua da Bahia... pode vir... atravessa a Avenida Afonso Pena... mais um quarteirão e... aqui estou eu! Esquina de Bahia com Goitacazes. Da minha janela dá para ver o Drummond eternamente conversando com o Pedro Nava. Da minha janela eu vejo cadeiras de engraxate onde o dia todo engravatados e desengravatados sentam para dar um grau no pisante e trocar dois dedos de prosa com um engraxate também centenário. Se desço e atravesso a rua, tomo um cafezinho no Café Metrópole, tão velhinho quanto a minha rua amada.Ah! e onde mais se compra jornal e recebe, além do jornal, uma frase inspirada do Deepak Chopra, Gandhi, Chaplin, Che, Machado de Assis, Buda, senão na banca do Ricardo Teixeira (não é quem vocês estão pensando) também ali na minha esquina?E olhando Bahia acima, lá na esquina da Augusto de Lima a gente vê o Centro Cultural, aquela construção com cara de igreja bem em frente ao Edifício Maleta, que eu desconfio que seja o o portal de um universo paralelo. Aliás, é no Maleta que ficam os 20 sebos mais bacanas da cidade, além da Cantina do Lucas e seu filé a parmegiana absolutamente maravilhoso (imaginem se eu não ia falar de comida?). Bem, essa é a esquina de Ipiranga com São João mineira. Sempre que passo por lá, alguma coisa acontece no meu coração.A Bahia vem lá da Tereza Cristina. Andando a passos lentos - por que o passeio vale a pena e porque, afinal, a rua da Bahia é uma subidona sem fim e cansa muito uma caminhada mais rápida - a gente vê a Praça da Estação, hoje linda e bem cuidada. Sobe um pouquinho e chegamos ao Viaduto de Santa Tereza, o caminho da Floresta. Mas não pegaremos hoje esse caminho. Passamos ao lado do Parque Municipal e do Mercado das Flores e continuamos a subir até minha esquininha. A Bahia continua até a Avenida do Contorno passando por muitos lugares cheios de história: Igreja de Lourdes, Biblioteca Municipal, Minas Tênis Clube... Mas eu fico aqui, sentadinha, na Bahia com Goitacazes, vendo a cidade respirar. Porque só de andar até aqui eu já perdi o fôlego.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Dia 6 chegou e passou...


... e com eles, meus 33. Foi um dia que começou tumultuado, com uma enrolação no trabalho, uma correria, manda e-mail com a defesa que eu fiquei fazendo até quase 1 da manhã pra lá, o e-mail não chegou... então, manda de novo... o e-mail não abre, então, imprime e pede para o boy buscar...tenta mandar de novo... agora chegou!!! Uma correria por conta de um relatório de uns processos de mil noventos e bolinha... coisas atípicas, enfim! Já estava achando ter 33 um saco.

Mas aí vieram os telefonemas da família com um monte de eu te amos, aquela coisa gostosa, falar com a Silvia no msn... Depois, a surpresa do dia: a voz da Denise, vinda lá de Goiânia e todo seu carinho. Adorei!

Depois, outra surpresa deliciosa: meu irmão Alysson, o cabra mais trabalhador do Brasil, voltou de Ipatinga e passou meu aniversário lá no Bar Dududu junto comigo. Além dele, meus pais, meu marido, meu filho e aqueles amigos classe A. Faltou minha hermana Cris que ficou cuidando do mais novo integrante da família Andrade Bruno.

E depois a parte material do aniversário, igualmente deliciosa: presentes!!! Não vou mentir dizendo que eu não ligo para presentes. Adoro recebê-los e adoro dá-los. Sou daquelas que rasga o papel com a maior pressa para saber o que tem dentro. Imaginem vocês que eu até ganhei presente vindo lá de Goiânia! Novamente a Denise e todo seu carinho.

Ah! E só por maldade vou contar: ganhei o TIM MAIA RACIONAL do meu marido garimpeiro! Ele achou o cd em uma daquelas bancas perebas do Extra, no meio de um monte de CDs perebas. Segundo a Silvia, ele estava procurando um CD de sertanejo para me dar, mas a providência divina colocou o Tim Maia Racional no caminho para me salvar. E daí? Eu TENHO o Tim Maia Racional! You don't know what I know!

Acordei hoje, e a constatação terrível: ainda estou com 33. Tudo bem, o reloginho só vai pra frente mesmo... Mas ainda estou de bom humor, já que carinho de família e amigos é combustível de dias felizes.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Esse é do Randall para o meu pai

Ok, ok, na verdade o Randall não escreveu este post para o meu pai, mas não pude deixar de pensar nele na hora que o li. Achei o texto belíssimo e resolvi dividi-lo com meus amigos que eu sei que curtirão porque o cara manda bem. E meu pai rubro-negro vai adorar.
Domingo, Dezembro 03, 2006
Na madrugada de sexta pra sábado, enquanto eu esperava a semi-final do esporte de bicha gente fina (teoria a respeito, posts atrás), enfim descobri pra que serve o You Tube. É, porque até então as pessoas me mandavam vídeos duma menina mandando o Silvio Santos enfiar o bambu no cu e coisas assim, e eu não vejo muita graça. Quer dizer, é engraçado, mas não justifica tanta febre em cima de um site por causa disso. Mas aí eu vi no blog do Mário um vídeo sobre "Hotel Lancaster", aproveitei pra ver a entrevista dele no Saca Rolha, e procurei vídeos do Gilles Villeneuve, quando me dei conta, estava assistindo os vídeos do Flamengo do Zico. Nem todo mundo sabe, mas eu era Flamengo. Em Goiânia, durante um certo tempo, eu até achei que todo mundo era Flamengo. Ao menos entre os meus amigos, não havia divisão. Eram todos Flamengo! E era bom ser Flamengo, era fácil ser Flamengo! Porque com o Goiás, era passar metade do ano naquelas de ganhar do Vila e a outra metade torcendo pra "fazer bonito" no Brasileiro, sempre com fórmulas bizarras e muitos times. Já com o Flamengo era diferente, pois aquele time parecia ganhar tudo, e de todo mundo! A minha primeira memória futebolística é a final do brasileiro de 80, aquele épico 3 x 2 em cima do Atlético Mineiro! Revi no you tube, especialmente o drible do Nunes no negrão antes de matar o João Leite. Dois anos depois, o Bi em cima do Grêmio, com uma entrevista do Zico um dia antes, prevendo 1 x 0, gol do Nunes. E é do Nunes também uma imagem inesquecível, na final do Mundial, quando ele faz o terceiro gol e sai com os braços abertos, berrando, antes de parar sobre a linha lateral! O Flamengo apareceu com uma camisa esquisita naquele dia, que o Brasil inteiro fez questão de comprar depois. Na Libertadores... o gol do Zico de falta no Centenário, jogo desempate, o Flamengo jogou com uma camisa que tinha uns números enormes, não sei porque. Zico no Maraca, Zico no Centenário, podia-se contar com o Zico! Era gostoso escalar aquele time, só pra poder falar, como se fosse uma única palavra, ANDRADE-ADÍLIO-E-ZICO! O ataque variava, mas era bom rimar com Tita, Nunes e Lico! Mas de todos, todos, todos os Flamengos, o que eu mais gosto de lembrar é o de 87, meu primeiro e único título como rubro-negro adolescente, estranhamente único flamenguista no time da classe, repleto de Tricolores e dois Vascaínos insuportáveis com o título no carioca daquele ano. O Mengão de 87 tinha o Zico como um daqueles velhos pistoleiros que voltam pra um último serviço, Clint Eastwood em Os Imperdoáveis, com o Andrade coadjuvando bem de Morgan Freeman. No gol, um horroroso Zé Carlos, que pegou até pensamento contra o Atlético Mineiro no primeiro jogo do Maraca. Nas laterais, a dupla que traria o caneco em 94 pela Seleção Brasileira, Jorginho e Leonardo. Edinho e o clássico Leandro davam a segurança na zaga. Aílton e Zinho eram os chamados operários, Bebeto enfim deixou de ser promessa, marcando um gol por jogo das semi-finais em diante, e Ele, Renato Gaúcho, o dínamo da equipe. É dele a cena inesquecível, arrancando do meio-campo, deixando Luizinho (por aqui, Paolo Rossi, por favor) pra trás, fintando o João Leite e completando para as redes, antes de se atirar de joelho no gramado. Na volta ao meio-campo, beijinhos jogados para o técnico do Galo, ninguém menos que o perde-copa Telê Santana, que cortara Renato do Mundial um ano antes. Tem gente que se ressente do seu pião, do tempo em que empinava pipa, do forte apache, ou de qualquer coisa que o lembre da infância, e às vezes acha esse brinquedo guardado numa caixa na casa da mãe e lembra de seus tempos de menino. A minha vida era futebol. De botão, de rua, na TV ou na quadra da escola, com técnico, jogo de camisa e tudo. E o Flamengo foi meu brinquedo mais querido, que eu achei numa caixa aqui em casa na sexta-feira...
postado por: Randall Ferreira Neto 11:20 PM

E Randall: acho que ficou meio comprovado que "uma vez Flamengo, sempre Flamengo". Ainda que você torça para o Goiás. E para o Parmera.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Serviço de utilidade pública

Antigamente o orkut servia:

Para encontrar amigo das antigas;
Para entrar em um monte de comunidade e mostrar ao mundo que gosta do Paulo Coelho e do Zezé de Camargo, que come jiló na janta, que é pé-de-cana, que odeia a cor azul e que estoura plástico-bolha;
Para fuçar na página de seu (sua) amado(a) e passar raiva porque ele(a) recebeu um recadinho de um ex caso que não vê há três séculos e meio;
Para entrar na página do ex caso do seu amor e ver se ele respondeu ao recadinho do coração;
Para escrever um recadinho besta e atormentar seus 877 amigos (quem tem tanto amigo assim?), mandando eles clicarem no peixinho/gatinho/coraçãozinho e afins;
Para lembrar dos aniversários daquelas pessoas que você não vê há um século e não lembraria nem mesmo se convivesse com elas;
Para colocar fotos de duzentos anos atrás falando que foi tirada semana passada e fazer com que as pessoas que não te vêem mais pensem que você não mudou nada;
Para ixkrever axim.

Agora, o orkut, além dessas mil e uma utilidades, tem ainda um serviço público fantástico prestado com excelência pelos Links Patrocinados do Orkut: a sacanagem virtual!

L I N K S - P A T R O C I N A D O S: http://www.blablabla.net Fotos todos os dias, As ultimas da net, ninfetas de 18 anos Nuinhas, num site se frecuras clicou viu a foto, e todo dia com novidades acesse gratuitamente agora mesmo http://www.blablabla.net

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Não, eu não cheguei a clicar em nenhum dos links www.voufodercomoseupc.com . Eu gosto até gosto de sacanagem... Mas prezo muito meu pc e não clico em qualquer meleca que me mandem pelo orkut, principalmente se vem de quem eu não conheço. Aliás, não aconselho que ninguém o faça. Mas acho que se a gente clicar rola um surubão. Surubão de vírus detonando seu HD.

(minha mãe vai detestar esse post!)

sábado, dezembro 02, 2006

Meus três amores

Eu sou fiel aos meus amores. A todos eles. E amo com constância. Amo para sempre.

Dentre os meus amores platônicos destacam-se três: Ariano Suassuna, Henfil e Chico Buarque.

Já declarei publicamente todo o meu amor ao Ariano quando ele esteve aqui dando uma palestra. Cheguei a pedir autógrafo. É o escritor que mais se repete na minha estante. É meu guru, meu santinho padroeiro, um homem iluminado e cheio de sabedoria, inteligência, humor e talento literário. Quando eu tiver um altar aqui em casa, terá as imagens de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, Ganesha e Ariano Suassuna. E eu vou acender sempre velas para ele. É um amor mais recente, confesso. Tem menos de uma década que eu me apaixonei. Mas é daqueles para a vida toda.

Minha paixão pelo Henfil é um pouco mais antiga: vem da adolescência. Comecei a amá-lo não através de suas historinhas, o que seria o caminho mais óbvio, mas através de seu Diário de um Cucaracha que tinha lá em casa, esquecido no meio de outros livros da minha mãe. O engraçado é que eu sempre fugi desse livro por causa da foto da barata nojenta na capa. Depois disso, calhou de cair em minhas mãos umas vinte revistas do Fradim. Li todas vorazmente e quase morri de amor. Bem.. tem ainda a parte física. O Henfil era meu tipo de homem: gordinho, barbudo, dentes belíssimos, sorrisão, inteligente até não poder mais... lembra alguém? Fiquei viúva dele logo depois de me apaixonar perdidamente, veja que tragédia...

Mas meu amor mais antigo é o Chico. Comecei a amá-lo com uns cinco ou seis anos, no dia em que arrebentei meu dedo na calçada de frente à minha casa, em Santo Anastácio. Enquanto minha mãe fazia curativo no meu dedo, tocava na vitrola Geni e o Zepelim. Não sei se entendia direito a letra da música (certamente que não!), mas achava muito bacana alguém dizer bosta. Nem sei se havia mesmo a palavra bosta na versão que tocava na vitrola, mas meu pai sempre falava bosta no lugar certo da letra. Meu amor não diminuiu nem mesmo quando ele fez a heresia de gravar Minha História com os filhos de francisco. Meu amor é tão grande que perdoa até esse deslize.

Bem...do dia 07 ao dia 11 de dezembro, meu amor platônico mais antigo estará na mesma cidade que eu. E eu não tenho um ingresso para vê-lo. Só me resta olhar seus olhinhos caídos no cartaz cada vez que eu passo em frente ao Palácio das Artes e imaginar a maravilha que será o show que alguns privilegiados que tiveram, além dos cem reais do ingresso, disposição e disponibilidade para ficar na fila, com o sol rachando a cuca . E amá-lo até o fim dos meus dias.

(não pensem vocês que o Otto sentirá ciúmes dessas declaração de amor. Além de admirar todos os meus amores, ele também ama platonicamente: Elis, Cássia Eller e Clementina. Ah! E a Luma de Oliveira)