sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Música nos meus ouvidos

O Otto comprou um MP3 player para ele. Mas sou tão abusada que até coloquei umas musiquinhas que eu gosto lá. E mais abusada ainda, sou eu que uso o aparelhinho durante a semana, já que ele só tem tempo para curtir essas coisas depois que chega em casa. E ele anda de carro, tem o rádio... Então, eu pego meu busão em boa companhia todos os dias. E nos meus ouvidos cantam, dentre outros ilustres, Aretha Franklin, Wilson Pickett, David Bowie (em homenagem à Silvia.... Ch-ch-ch-ch-changes!), The Clash (contribuição do meu marido roqueiro, dono e proprietário do aparelho), meu amor eterno Elton John, Janis Joplin (é claro!!!), The Cure (não poderia faltar) e Mr. Nesta Marley, porque eu não vivo um dia sequer sem louvar Jah. Como dá para perceber, o Otto tem a propriedade, mas eu tenho a posse!

E isso de ouvir musiquinha o dia todo o dia todo vicia, viu! E me deixa bem humorada o dia todo.

Mas tem seus contras também...

Primeiro contra: nada de air guitar no meio da rua. No meu caso nada de air drums (ou quando a música é do Elton John, nada de air piano). Às vezes que eu batuquei no ar as pessoas olharam tão esquisito...

Segundo: fazer backing vocal nas músicas da Aretha Franklin e do Bob Marley. Não posso mais ser uma das I-Trees. Simplesmente lamentável!

Terceiro e o pior de tudo: não se pode dançar Don't go break my heart igual ao peixinho do filme do Galinho Chicken Little. Isso, para mim, era quase uma religião, apesar de meu filho mais velho sempre fechar as cortinas de casa quando isso se se sucede.

Na verdade, eu até poderia fazer essas coisas... mas cantar sozinha e desafinadamente só fica bem quando a cantora é a Julia Roberts. E mesmo ela precisa estar dentro de uma banheira de espumas. Dentro de um ônibus cheio em pleno meio-dia, até Julia Roberts perderia o glamour. Dançar na rua, então, sem chance! Dizem que a minha dança atenta contra o senso estético do mundo. Meu pai diria que eu danço muito bem e o mundo é que não me entende, mas a opinião dele não conta. Ele é meu pai. E ele dança igual a mim.

E toda vez que eu danço na presença de pessoas de fora da família o Otto me ameaça com o divórcio. Imagina se isso acontecer na rua. Ele pode não querer mais me emprestar o mp3.

sábado, fevereiro 10, 2007

O molequinho da novela

É... fui teimosa.. Tentei enfrentar meus preconceitos. Além de reforçá-los, confirmei minha teoria: novela não presta mesmo! Nem como última opção de divertimento. Não tem nada para fazer? Vá dormir! Está sem sono? Vai tomar leite quente, contar carneirinho, passar trote em alguém, tirar meleca do nariz. Qualquer coisa! Mas não assista novela. Principalmente novela das 8 do Manoel Carlos. Passei uma hora de raiva com aqueles diálogos filosóficos metidos a vida real (por favor, quem conversa daquele jeito?), aquele monte de gente boazinha junta, a Regina Duarte com aquela cara de bunda que Deus lhe deu (meu pai diz que ela tem a mesma expressão "inteligente" do King Kong) e no final do capítulo, descobri que tomei um chifre há uns 11 anos, bem na época do meu noivado.

Sabe o molequinho que toca viola cantando "Neeesses véééérrrsos tão singééééélos, minha bela meu, amôôôôôrrrrr", aquele mesmo que fez o "2 filhos de francisco"? Ele é filho do Otto. Tenho certeza disso! Tenho certeza absoluta. Nem o Otto pôde explicar a semelhança. Ele nega, é claro, mas acha o garoto parecido. (Isis e Mari, vocês conhecem o Otto. O moleque é ou não é a cara dele?)

Então, reafirmando meus desgostos nessa vida (e não vou mais lutar contra eles). Pode me chamar de preconceituosa, Gigi! Não ligo: eu não gosto de música sertaneja, nem de funk, nem de axé, nem de pagode, nem de Paulo Coelho! E não assisto novela!

E agora é que eu não assisto "2 filhos de francisco" mesmo. Podem falar que esse filme é fantástico, lição de vida, o escambau.. Não quero mais ver aquele molequinho. Não sei se gosto de ver uma versão sertaneja do Otto. Dá gastura!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Clouseau é meu!!!!







Eu amo as Lojas Americanas. Principalmente aquela parte onde ficam os CDs e DVDs. Lá eu comprei todos os discos antigos do Chico, os da Legião, o meu Tropicália, vários da Elis... tudo a R$ 9,99. Época boa. Andei dando uma bela adubada na minha estante de CDs. Aí, passou um tempo sem nada que valesse a pena. Até que...

Toda a coleção da Pantera Cor-de-Rosa a R$ 19,99.

Ou seja, com menos de R$ 100,00 eu tenho em casa "Um tiro no Escuro", "A Pantera Cor-de-Rosa", "A Nova Transa da Pantera Cor-de-Rosa", "A Vingança da Pantera Cor-de-Rosa" e "A Trilha da Pantera Cor-de-Rosa". Agora posso ver o Peter Sellers todos os dias. O Clouseau é meu! Bem... na verdade, o Clouseau é da família Bruno Favacho, mas não importa. Não preciso mais tentar convencer o Ronaldo, dono da minha locadora favorita, comprar esses filmes. Ou ir até a locadora do Gutierrez para poder locar um filme dele. Agora, o Clouseau vive na minha estante, tendo como vizinhos Harry Potter, João Grilo e Chicó e o Johnny Favorite e o Diabão de Niro, de Coração Satânico.

Se a minha estante de DVDs ainda não chega nem aos pés do que eu gostaria (falta Star Wars e The Commitments, por exemplo), hoje ela está muito mais alegrinha com esses novos e ilustres moradores: Clouseau, Kato e Dreyfus. Todos os outros habitantes dela (Shrek e Fiona, Freddy Mercury e Brian May, Frankenstein e Elizabeth, Didi e Dedé - para citar só os casais) já elegeram o Dreyfus como síndico. Mas é só até Lord Vader se mudar para cá.

E o melhor foi o Rafa perguntar: "mãe, vamos assistir ao Bala Perdida?" ( referindo-se a "Um tiro no escuro"). Definitivamente, passou da hora de aplicar Clouseau nos meus meninos.

sábado, fevereiro 03, 2007

Mamãe e Papai

O Otto adora. Mas eu simplesmente não entendo essa moda disseminada nas ante-salas dos consultórios de pediatra e das escolas infantis: chamar os pais dos pacientes/alunos de papai e mamãe e ignorar peremptoriamente que as pessoas possuem um nome.

A Denise, que tem filhos, deve saber do que eu estou falando. A gente vai no consultório do pediatra e a secretária pergunta: qual é a idade do Rafael, mamãe? Na porta da escolinha, a loirinha bonitinha de 19 anos que fica lá recebendo as crianças, assim que a gente chega diz: bom dia, Mamãe! Bom dia, Papai!

Entenderam por que o Otto adora? Imagina um loirinha bonitinha chamando o cara de papai. Acho que remete àqueles filmes pornôs em que a moça, vestida de colegial, fica gemendo "Daddy, oh, daddy! Yes, yes, yeeeeees!!!".

Eu já acho essa mania uma falta de educação e uma preguiça sem fim. Até porque se um moço loirinho gostosinho me chamar de mamãe, eu certamente ficarei deprimida a ponto de cortar meus pulsos.

E para agravar, já era hora do pessoal da escola saber meu nome. Meus filhos estudam lá há 2 anos, eu levo o Rafa às aulas de tae-kwon-do toda semana, vou a todas as festinhas e reuniões que eles promovem... E devem até saber mesmo, mas insistem em ficar nessa de me chamar de mamãe. Grrrrrrrr!!!!! E o caso é mais sério. Não apenas é a loirinha gostosinha me chama de mamãe (e ao Otto de papai, oh! papai! fuck me!), mas também a diretora, a dona da escola, que deve ter uns 60 anos (não é tão atraente assim, né?), a cantineira e as professoras.

Agora, para me matar de catapora de uma vez por todas, a garota que trabalhava na locadora do meu bairro e me conhece por nome, sobrenome, filiação e número de sócio (eu sou a melhor cliente da locadora, lembram-se?) foi trabalhar lá na secretaria da escola. E quando fui buscar os meninos outro dia, mandou um:

- Até amanhã, mãe Juliana!

Aí é meio demais! Ficou parecendo que eu sou a Mãe Juliana de Oxumaré! Tive que manifestar a minha indignação antes que a moda pegasse e começassem a chamar o Otto de Pai Otto! Que tipo de nome é esse? Pai-de-santo alemão?