segunda-feira, abril 24, 2006

Quero ser magrela



Ando pensando em uma mudança de vida. E tudo começou quando resolvi responder àquele perfil pessoal do orkut. Tem um campo lá para a gente colocar se é magra, atlética, gorda... Eu resolvi assumir: acima do peso. O que para uma mulher equivale a assumir uma aparência de hipopótama com as glândulas inchadas. Bem, talvez esse não seja ainda meu caso, mas se eu não tomar cuidado, o caminho até lá é bem curto.

Uma vez que eu nunca fui obesa, sempre tratei meu sobrepeso com eufemismos: "Não sou gorda, tenho estrutura forte". Ou: "meu corpo está ótimo. É melhor do que ser magrela e sem bunda." "Homens não gostam das magrelas." "Meu marido gosta assim". Ah! Tá! Até aparecer uma magrinha dando mole...

Uso ainda os eufemismos alheios para tratar do meu próprio recalque. Uma vez, a Vera Fischer, para justificar o trubufu que é a filha dela, falou: "Nós nunca seremos magrinhas como a Gisele Bünchen. Nossa estrutura física é mais para camponesa".

O Manny, o mamute da Era do Gelo diz: "eu não sou gordo, é todo esse pêlo que me faz parecer fofinho!"

Mas o melhor eufemismo que eu conheço é o da amiga da Bridget Jones, para falar das pernas grossas dela (em comparação com as maravilhosas pernas compridas de sua rival): "você tem boas pernas. Pernas de alpinista!

Pois bem. Cansei de ter estrutura física de camponesa e pernas de alpinista.

Agora como mato, aumentarei as aulas de yoga a partir da semana (era para ter começado essa semana, mas a professora, que está grávida, passou mal) e, em condições normais de temperatura e pressão, farei caminhadas. Minha meta é ser magrela em um mês. Será que dá?

domingo, abril 16, 2006

Ovos, coelhos e avós...



Quando meus filhos nem tinham nascido e eu ainda era a filha, ganhar ovo de páscoa era um acontecimento. A gente ganhava um só, comprado pelo pai e pela mãe (já que era um produto muito caro), comia um bombom no primeiro dia, um bombom no segundo e, se desse sorte do ovo ser um dos grandões, um no terceiro dia. A partir daí, começávamos a destrinchar as cascas do ovos que, dependendo do tamanho, levava mais uns três dias. Tudo devorado bem pãoduramente já que outro ovo só no ano seguinte. Bem... isso lá em casa, já que eu sou filho de dentistas e doces, só com parcimônia.

Essa semana, fomos comprar os ovos dos nossos coelhinhos e me enfiei no quarto círculo do Inferno (também chamado pelo Randall de Túnel do Terror) do Extra e das Lojas Americanas, onde ainda existiam ovos supostamente decentes e com preços aceitáveis. Mas também por esses motivos, a densidade demográfica daqueles lugares é simplesmente insuportável. As filas, então... Ficamos no Extra que as filas são mais rápidas.

O engraçado é que, hoje em dia, o chocolate é o que menos importa para os meninos. Ovo que presta (para eles, é claro) deve vir recheado de alguma quinquaria inútil e boba que será esquecida antes da Páscoa terminar. E existe um leque tão enorme de escolha, que as fábricas de chocolate contratam pessoas só para ficarem nos estabelecimentos mostrando esses bagulhinhos do mesmo jeito que a aeromoça faz a demonstração das saídas de emergência e utilização das máscaras de oxigênio nos aviões.

Escolhemos para o Rafa a um ovo que vem recheado com um chaveiro, tipo mosquetão e com uma luzinha, dos Quatro Fantásticos. O chaveiro era tão bacana que ficou para o Otto. E o André ficou com um KinderMaxOvo com uma bobagenzinha (que não durou 15 minutos) e chocolate fantástico. No fim, boas escolhas.

Nem preciso dizer que os ovos acabaram-se no café da manhã. E nem eram os primeiros comidos nesse feriado de Páscoa. A professora de cada um já tinha distribuído ovos para a turma, a professora de educação física, um casal de amigos... Ovo de páscoa hoje é produto ordinário.

E hoje eles ainda ganharão mais um... dos grandes... quinquilharia boa!!! Da avó e do... avô dentista!

E pensar que meu ovo durava uma semana...

terça-feira, abril 04, 2006

Ah! Os prazeres de uma sala escura...

Depois de um longo e tenebroso inverno esperando os filmes chegarem à locadora Silva Lobo para poder assisti-los, eis que eu fui ao cinema. O programa era levar os filhos para ver "A era do gelo 2". o que, de fato, fizemos.

Para poder me fazer entender melhor, eu tenho que contar que num passado algo distante, eu ia ao cinema quatro vezes por semana. Chegava a um ponto de não haver mais filmes em cartaz e eu ter crise de abstinência. Antes do Otto morar em BH, eu ia sozinha. Sempre achei cinema um programa para se fazer só. Não gosto de sair da sala e comentar o filme, principalmente se eu gostei muito, se me tocou. Não gosto de ir com alguém que comenta cada passagem do filme. Se o filme for triste, eu gosto de chorar e não quero ter que me explicar para a pessoa que me acompanhou o porque do nariz escorrendo e da cara inchada.

Assistir filme em casa não é a mesma coisa. Sempre tem um telefone tocando, um vizinho gritando, uma criança passando no corredor... Ou isso, ou assistir filme depois das 10 da noite. Aí, vem o sono e me derruba.

No entanto, depois de nascidos os filhos, cinema só se conjuminar um bocado de fatores: alguém para cuidar dos pequenos, dinheiro para as entradas, que não são baratas (já que para ter alguém cuidando dos meninos, cinema só no fim de semana), o Otto sem plantão, estar em cartaz um filme que valha a pena o dinheiro gasto e o esforço dispendido e, por fim, Júpiter na oitava casa de Escorpião. Ou, então, levar os meninos para ver filmes infantis. Então, ultimamente tenho me contentado com Harry Potter, filmes da Pixar e congêneres, o que também não é ruim. Hoje em dia, os filmes de criança são muito bacanas.

O problema de assistir filmes infantis em cinema é ter que assistir em uma sala lotada de... crianças! E que não são as minhas! As minhas, modestamente, são bem educadas e sabem se comportar no cinema. Ensinei para os dois que menino que fala durante o filme, faz barulho ou tenta se levantar, o bicho-papão põe dentro do saco e leva embora.

Mas os outros que não foram educados à maneira clássica... que coisa triste! Eles entram com quilos e quilos de pipoca, fazem barulho, batem o pé na sua cadeira, falam o filme todo, os pais ficam respondendo alto como se tivessem assistindo o filme no DVD de casa e, no fim, deixam toda aquela sujeira para alguém limpar. Porque os pais estão educando seus filhos para serem servidos! Ninguém tem obrigação com nada. Ah! E tem a namorada do tio das crianças querendo agradar a sogra, levando todos os sobrinhos chatinhos do cara, de uma só vez, para assistir o mesmo filme que eu... ai, que tristeza!

Tirando isso, o filme foi bom. É bacana ver a cara dos meus pequenos empolgados com a história, esperando para ver o que vai acontecer depois e sair do cinema com aquelas expressões deslumbradas que eu entendo tão bem.

Mas isso me dá uma saudade de quando eu era assídua frequentadora de todas as salas de cinema de BH, quando assistia a filmes não-infantis... Tudo bem, acho que mês que vem Júpiter estará na oitava casa de Escorpião... se eu conseguir juntar todos os outros fatores... quem sabe?