domingo, setembro 02, 2007

A feijuca poética

Não... não vou falar sobre o meu filhote que fez 4 anos ontem. Nem vou dizer quer eu morro de orgulho do meu filho que está crescendo mais rápido do que eu gostaria. Nem vou contar o quanto ele ficou empolgado com os presentes que ganhou. Nem vou dizer que eu desejo a ele tudo de melhor nessa vida. Agora, vou falar de comida. Da comida deliciosa que foi servida no aniversário do Dedé.

Então... o Dedé fez 4 anos ontem e nós fizemos uma feijuca aqui hoje aqui em casa. E quando eu digo "nós fizemos" entendam "o Otto fez e eu fiquei no serviço de apoio, já que de feijoada eu não saco nada".

Menino, mas a feijoada ficou tão boa, mas tão boa que eu fiquei inspirada na hora. Só não corri pro computador na mesma hora porque a casa estava cheia. Agora, sem família por perto, vou honrar a comida do meu marido.

Ver o Otto cozinhar, por si só, já é um prazer. Ele põe uma musiquinha, abre uma cerveja, prepara todos os ingredientes em cima da pia antes de começar a preparar. Corta toda a cebola, separa os temperos. Frita as carnes na cachaça. É bonito de ver. Isso tudo leva um tempo grande. Normalmente, ele começa a feijoada no dia anterior. Só depois de todo o preâmbulo cumprido, ele orquestra a feijoada.

Eu dei minha ajudinha, é claro! Fiz o arroz, a farofa, cozinhei o feijão... Ah, menção honrosa para a couve que minha mãe preparou. Deliciosa!

Mas a comidinha do meu marido estava perfeita. Um pecado. Nada como ser casada com um homem lindo, inteligente, delicioso, cheiroso e que, ainda por cima, sabe cozinhar.

E para homenagear esse homem especial que é meu marido e sua feijoada poética, uma de suas músicas favoritas. Por que eu descobri seu segredo, meu nego, você aprendeu a cozinhar com o Chico.

Feijoada Completa
(Chico Buarque)
Mulher
Você vai gostar
Tô levando uns amigos pra conversar
Eles vão com uma fome que nem me contem
Eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Não vá se afobar
Não tem que por a mesa nem dar lugar
Ponha os pratos no chão, e o chão tá posto
E prepare as linguiças pro tira-gosto
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja bahia ou da seleta
Joga o paio, carne seca, toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão
Mulher
Depois de salgar
Faça um bom refogado que é para engrossar
Aproveita a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira
Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão

4 comentários:

Daniel Ottoni disse...

huuuuuuum....

Denise disse...

Meu rapaz também tem dotes culinários, o que eu acho muito bom!

Mari disse...

nossa deu ate vontade de ir ai degustar esta feijuca !!!!!!!

Unknown disse...

Eu digo que a culpa dessa paixão toda é do Chico Buarque, eu digo...ele sempre está lá...nas entrelinhas.