sábado, dezembro 02, 2006

Meus três amores

Eu sou fiel aos meus amores. A todos eles. E amo com constância. Amo para sempre.

Dentre os meus amores platônicos destacam-se três: Ariano Suassuna, Henfil e Chico Buarque.

Já declarei publicamente todo o meu amor ao Ariano quando ele esteve aqui dando uma palestra. Cheguei a pedir autógrafo. É o escritor que mais se repete na minha estante. É meu guru, meu santinho padroeiro, um homem iluminado e cheio de sabedoria, inteligência, humor e talento literário. Quando eu tiver um altar aqui em casa, terá as imagens de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, Ganesha e Ariano Suassuna. E eu vou acender sempre velas para ele. É um amor mais recente, confesso. Tem menos de uma década que eu me apaixonei. Mas é daqueles para a vida toda.

Minha paixão pelo Henfil é um pouco mais antiga: vem da adolescência. Comecei a amá-lo não através de suas historinhas, o que seria o caminho mais óbvio, mas através de seu Diário de um Cucaracha que tinha lá em casa, esquecido no meio de outros livros da minha mãe. O engraçado é que eu sempre fugi desse livro por causa da foto da barata nojenta na capa. Depois disso, calhou de cair em minhas mãos umas vinte revistas do Fradim. Li todas vorazmente e quase morri de amor. Bem.. tem ainda a parte física. O Henfil era meu tipo de homem: gordinho, barbudo, dentes belíssimos, sorrisão, inteligente até não poder mais... lembra alguém? Fiquei viúva dele logo depois de me apaixonar perdidamente, veja que tragédia...

Mas meu amor mais antigo é o Chico. Comecei a amá-lo com uns cinco ou seis anos, no dia em que arrebentei meu dedo na calçada de frente à minha casa, em Santo Anastácio. Enquanto minha mãe fazia curativo no meu dedo, tocava na vitrola Geni e o Zepelim. Não sei se entendia direito a letra da música (certamente que não!), mas achava muito bacana alguém dizer bosta. Nem sei se havia mesmo a palavra bosta na versão que tocava na vitrola, mas meu pai sempre falava bosta no lugar certo da letra. Meu amor não diminuiu nem mesmo quando ele fez a heresia de gravar Minha História com os filhos de francisco. Meu amor é tão grande que perdoa até esse deslize.

Bem...do dia 07 ao dia 11 de dezembro, meu amor platônico mais antigo estará na mesma cidade que eu. E eu não tenho um ingresso para vê-lo. Só me resta olhar seus olhinhos caídos no cartaz cada vez que eu passo em frente ao Palácio das Artes e imaginar a maravilha que será o show que alguns privilegiados que tiveram, além dos cem reais do ingresso, disposição e disponibilidade para ficar na fila, com o sol rachando a cuca . E amá-lo até o fim dos meus dias.

(não pensem vocês que o Otto sentirá ciúmes dessas declaração de amor. Além de admirar todos os meus amores, ele também ama platonicamente: Elis, Cássia Eller e Clementina. Ah! E a Luma de Oliveira)

4 comentários:

Anônimo disse...

Jú já pensou um ingresso do Chico para o dia 06 ???
melhor presente impossivel não ?????
pede para os anjos quem sabe eles dizem amém !!!!!!
Beijus

Anônimo disse...

Adorei esse texto, de verdade. Vai no show mulher!

Anônimo disse...

Não gostei muito do último disco da Luma de Oliveira...

Juliana A.B.F. disse...

O amor do Otto pela Luma é tão sincero que não importa a ocupação dela. Aliás, qual é a ocupação dela?