segunda-feira, janeiro 02, 2006

Om shanti namaste


De todas as minhas novidades de 2005, a melhor e que vai permanecer na minha vida nesse ano que se iniciou e, se possível, nos anos que seguirão a esse, é a yoga.

Pois bem, meus amigos. Faço yoga, sim. Há mais de 6 meses. E gosto.

Devo confessar que, no início, eu também estranhei muito. Eu sempre mantive essa fachada agnóstica e materialista que há dez anos atrás dava um certo charme a uma estudante de Direito. Combinava com o discurso esquerdista decorado. E com a atitude crítica com tudo na vida.

Passado os anos e para evitar que as pessoas tentassem me converter para suas respectivas religiões (já que um ateu é sempre um alvo muito visado dos praticantes de alguma religião) e, a exemplo do meu marido e do Vinícius de Morais, passei a me declarar filha de Xangô, afilhada de Zambi. Mas, hoje, depois de refletir acerca das coisas imateriais da vida (por que não? sou capaz disso também), confesso, com toda precisão, que sou uma quase-católica, daquelas que não têm muita paciência para missa, padre e papo de céu e inferno. Porém, sou muito devota de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. E acredito na doutrina kardecista. E nas entidades do candomblé. E nos Vigilantes do Peso. Isso é que é sincretismo religioso.

No entanto, andava com meu lado espiritual meio em stand by. Isso desde que ouvi uma musiquinha em uma missa que falava que nós, seres humanos, somos completamente desprezíveis, mas Deus, eu sua enorme sabedoria, nos ama assim mesmo. Não me acho desprezível. Existem realmente seres desprezíveis no mundo, mas a maioria dos que eu conheço (e aí me incluo) são bem aprazíveis. Sinceramente, essa não é uma boa maneira de atrair o público. E depois reclamam que as igrejas estão vazias...

Essa e outras cositas reforçaram minha atitude "semi-atéia/quase-católica" com a vida e me afastaram de toda e qualquer prática dita espiritual.

Por esse motivo mesmo, demorei mais de um ano até me decidir a assistir a primeira aula de yoga, já que confundia yoga com um tipo de religião. Achava que ia ser perda de tempo. E tinha medo de ter uma atitude desrespeitosa. E também porque sempre fui meio preguiçosa com qualquer coisa que envolvesse algo parecido com ginástica e isso eu sabia: rola ginática na yoga.

Pois bem. Em razão do convite ter partido de uma grande amiga minha e por causa de uma certa curiosidade também, assisti àquela primeira aula, de forma muito desconfiada e acanhada.

Tive algumas dificuldades no início. Para praticar yoga (que é uma prática corporal e mental, não espiritual. Não é, definitivamente, uma religião, agora eu sei...) a pessoa tem que desenvolver uma certa capacidade de abstração, o que é meu ponto fraco. Não tenho essa capacidade. Eu desvirtuo a imaginação. Querem um exemplo: a professora ordenava que imaginássemos um portal de luz. Para mim e minha imaginação estreita e mundana, esse portal era sempre de neón, meio Las Vegas, muito cafona. Imaginar uma luz azul entrando pelas narinas e iluminando meu corpo todo? Eu pensava em mim mesma como um tipo de Hulk azul cintilante... Acho melhor parar por aqui nas abstrações.

Mas por que fui à segunda aula e continuo a praticar até hoje? Naquela mesma primeira aula, houve um exercícios em que a professora falou para nos vermos completamente iluminados (o tal exercício do Hulk azul) e disse: "perceba que você é um ser de luz com metas muito elevadas na sua vida". Viram a diferença: de desprezível a ser de luz com metas muito elevadas...

Ah! E os exercícios físicos são todos gostosos de fazer, a dificuldade e intensidade aumentam gradativamente, sem forçar o corpo. Depois de seis meses, estou tããão elástica...

Ah! E tem o relaxamento, que é a última parte da aula... em plena quinta-feira eu recarrego as baterias como se tivesse descansado o fim-de-semana todo.


Então, om shanti namaste (que quer dizer "a divindade que habita meu ser sauda a divindade que em ti habita"). Bonito, não?

7 comentários:

Isis disse...

On Shanti Namaste para vc tb minha linda!!!!Que bom que atualaizastes com esse texto...que 2006 seja repleto de energias boa pra vc e para os que cercam!!!!

Unknown disse...

Muito bonito, mas emagrece? Pra mim ginástica tem ser daquela que emagrece. E acalma? Sempre ouvi dizer que acalma!

Anônimo disse...

Yoga... gosto mesmo dos xiitas que falam Yôga, praticamente fecham os olhos e falam muito baixinho, e quase tem síncopes com as aulas de BODYBALANCE. Que eu acho legais. Flexibilidade deveria ser o mote de 2006, possibilita coisas IN-CRÍ-VEIS!

Juliana A.B.F. disse...

Isis, para você também um 2006 delicioso.

Silvia, o que emagrece é aeroaxé, lambaeróbica, lamba-funk-axé-pagode-aeróbica mas isso eu não faço nem sob tortura. Aliás, isso é uma forma de tortura. Mas ajuda a emagrecer. E acalma mesmo.

Randall, minha meta para 2006 é virar xiita e falar Yôga. Isso eu ainda não consegui.

Anônimo disse...

Eu com certeza teria problemas com essa "capacidade de abstração"! Minha imaginação me leva por caminhos que você nem imagina!!!

Anônimo disse...

A yoga é muito boa de se praticar e nos ensina coisas muito gostosas pra se viver. Pena que não consigo fazer meio exercício. Tento, mas...

Unknown disse...

Atualiza esse blog!!!!