sábado, janeiro 27, 2007

O irmão do pré pré

O bacana de ter filhos é o tanto de humor da mais alta qualidade que a nossa vida recebe. Acho que eu passei a rir três vezes mais depois de ter os meninos do que eu ria antes.

Ontem foi o Dedé a minha fonte de risadas.

Antes de contar o casinho de mãe coruja propriamente dito, tenho que explicar que aqui em casa, as tarefas chatas foram divididas irmamente entre eu e o Otto. Então, conferir se os dentes estão limpos é atribuição do pai, até por força de sua profissão. Cortar unhas também é com ele. Comigo ficou limpar cocô e lavar os pintos na hora do banho. Hoje em dia eu só exerço essas atribuições com o Dedé, que ainda não consegue tomar banho sozinho.

Se conseguir colocar a criança no banho já é uma dificuldade, lavar o pinto, então, é simplesmente uma tortura. Para mim e para ele. Todo dia, na hora que se fala em banho, ele já começa a negociar a lavagem desse pinto. E a hora de lavar, propriamente dita, é um drama. "De novo, não!!!!", "Socorro!!!", "Eu vou morrer!" são algumas das frases mais usadas nessa hora tão sofrida da existência da criança. Eu perguntei já até perguntei se dói, se machuca e a resposta foi, simplesmente: NÃO!

Ontem, não foi diferente. Depois de xingar, espernear, brigar, tentar correr, consegui lavar o pinto da criança. Passado o momento de crise, já estava enxugando o Dedé quando ele perguntou:

Dedé: Mamãe, quem me montou?

Mãe do Dedé: Oi, Dedé?

Dedé: Quem me montou? Quem colocou em mim meus braços e pernas e cabeça e cabelo?

Mãe do Dedé, espantada pelo inusitado da pergunta: Fomos eu e seu pai.

Dedé: Então, por que vocês colocaram pinto em mim? Se não tivessem colocado, não ia ter que lavar todo dia!

Mãe do Dedé, completamente zonza pelo rumo que a conversa tomou e segurando o riso: Para você fazer xixi, ora!!!

Juro que eu jamais imaginei ter um diálogo desses com um filho. Sempre me preparei para a hora de falar sobre sexo, sobre drogas, sobre as notas vermelhas do boletim... mas não sobre quem o montou! Por sorte, a criança só tem três anos e eu não tive que discorrer sobre as várias funções que esse pedacinho dele vai exercer no futuro, além do xixi, é claro!

2 comentários:

Anônimo disse...

Que situação Ju!

Seus meninos são muito alternativos nas perguntas. E não percebi a tal ironia que você disse que impregnou sua escrita. Pra mim tá normal.

gigi disse...

amei demais!!!!!!!!!!!