quarta-feira, janeiro 03, 2007

Movimentos migratórios

O Frê, meu cunhado, chamou a minha atenção para um fenômeno surreal: o movimento migratório dos paulistanos ávidos de litoral pela Rodovia Imigrantes. Nas vésperas do ano novo mais da metade de São Paulo desceu para o litoral. Bem, não sei de números, mas parecia que metade da cidade tinha se mudado para o litoral.

O que é aquilo, pelamordedeus? Paulistano até para descansar se cansa. Eles põem uma tralheira sem fim dentro do carro, quase a casa toda. Tinha um pirado levando uma máquina de lavar velha amarrada no capô de um Uno velho.

Até agora me pergunto: o que leva uma pessoa em sã consciência a se meter em um engarrafamento monstro de 7 horas (em um trecho que poderia ser vencido em menos de duas), para se meter em cidades cheias, cuja superpopulação instantânea acarreta em falta absoluta de infraestrutura? Até comprar pão é um trauma nas cidades do litoral paulista. E banho, então? O medão que dá no fim do dia de a água acabar? E a barulheira? E os corintianos vizinhos que ficavam cantando "vou dar porrada eu vou"? A coisa toda é uma calamidade sem fim.

E como eu sei disso tudo? Eu era uma das aves que migrou para Itanhaém na véspera de 2007. Tirando o lado afetivo (foi muito bacana estar com a família toda reunida e tal), o que deu na minha cabeça em ir para lá? Logo eu que não gosto de praia, areia, mar e sol? Logo eu que sou da montanha? Dividindo uma casa com outras 17 pessoas e pervertendo todas as leis da física? Não sei explicar. Acho que foi uma privação momentânea de sentidos. Ou o caso clássico da pessoa desavisada que entra em uma roubada e depois não sabe sair dela. Porque até sair de Itanhaém é difícil. No meu caso, fui voto vencido e me sujeitei. Mas não sem resmungar muitíssimo (pobre Otto!!!)

Mas tirei algumas lições valiosas dessa experiência no quarto círculo do inferno:

- Uma casa pode ficar muito lotada quando quatro das pessoas que nela habitam são crianças. Mesmo quando duas dessas crianças são suas;

- Quem não gosta de praia que fique na montanha;

- Se você achar um pedacinho de areia minimamente aceitável, limpo e desocupado, sempre há uma turma barulhenta para jogar frescobol bem perto de você e tornar seu cantinho um lugar insuportável. A lei de Murphy funciona que é uma beleza nessas situações;

- Praia pode ser muito pior com vento e chuva, acredite!

E se não conseguir fugir do programa de índio classificação cinco cocares (meu caso, por exemplo), tome determinados cuidados:

Jogos infantis, muitos, inúmeros... e alguns dvds. Foi o que salvou os dias chuvosos!

Leve pão de forma, bisnaguinha, pão de cachorro-quente, bolacha de cream cracker, bolo pullman... qualquer coisa se sua intenção for tomar café da manhã antes das 15 horas;

Repelente de inseto e filtro solar são imprescindíveis;

Comece a torcer pelo Corinthians ou seus dias ficarão muito, muito longos.

E tome banho bem cedo!

8 comentários:

Anônimo disse...

Ahahhaha adorei !!!!imagina eu uma trabalhadora nestas epocas !!!! saca acordar cedo e já ter pessoas na praia ??voltar do trampo cansada e incoformada com o sol e pegar um transito tipicamente paulistano , ir ao supermercado e ter uma fila de minutos ; querer sair e não ter lugar no seu bar predileto ??!!!! saca pq os turistas as vezes nos cansam !!!!!!!!!!!!!


mas só para lembrar SOU TIMAO EOEOEOEOOEOEOEOOEOEOOEOEOOEOE



Beijão

Anônimo disse...

Ahahhaha adorei !!!!imagina eu uma trabalhadora nestas epocas !!!! saca acordar cedo e já ter pessoas na praia ??voltar do trampo cansada e incoformada com o sol e pegar um transito tipicamente paulistano , ir ao supermercado e ter uma fila de minutos ; querer sair e não ter lugar no seu bar predileto ??!!!! saca pq os turistas as vezes nos cansam !!!!!!!!!!!!!


mas só para lembrar SOU TIMAO EOEOEOEOOEOEOEOOEOEOOEOEOOEOE



Beijão

Isis disse...

enfim......gostaria de declarar que só ler o relato me cansei!!!Eu , uma criatura que mora em cidade de praia e que ama a montanha , não poderia deixar de me solidarizar com minha amiga Ju nesse momento...

é isso mesmo Ju, tá no inferno , então agora nega , abraça o capeta!!!!kkkkkkk

ahhhhhhh TIMÃO, JAMAIS!!!
prefiro ficar milhares de horas presa em um engarrafamento!!!!
kkkkkkkkkkkkk

bjus

Anônimo disse...

Filha,que tal a Bahia dia 18?Sem filas,sem engarrafamentos ,só sossego e uma praia linda,só nossa?

Anônimo disse...

Ju, minha cunhada que amo, prefiro a Bahia dia 18 com sua mãe, tudo de bom e sossego total com muitas coisas boas de comer (importantissimo)........bjos.

Anônimo disse...

Olha só...

Esse seu post daria ensejo a uma tese de mestrado em Sociologia ou algo que o valha.

Quando eu me mudei pra São Paulo, me assustei demais com tudo isso. As filas, sabe? Fui num show e o estacionamento ficava quase em outro bairro, precisava pegar uma van pra chegar no lugar... coisas assim.

Já encarei programas patrocinados pela FUNAI também, mas como sou adepto da Praia ever, encaro sacrifícios em nome de sorver uma caipirinha de lima da pérsia de frente pro atlântico.

E só pra apimentar, eu me lembro de quando eu me mudei, as pessoas de Goiânia diziam que eu não teria mais TEMPO LIVRE. Eu perguntei, curioso, o que eles faziam com tanto TEMPO LIVRE que tinham... se não valeria à pena, de vez em quando, encarar uma fila pra ver certas peças, alguns shows ou determinados restaurantes.

Praia? São 1000 kilômetros a separar, vai falar o que?

Juliana A.B.F. disse...

Maroca, dó docê, nega!!! Sua cidade é linda mas deve estar infernal!

Isis, praia no Maranhão deve ser outro astral, tenho certeza! E já que meu marido é Corinthiano... timão, eô, timão, eô!!!

Mãe e Kbça: acho que não vai mais rolar praia pra mim esse mês. Mas agradeço se vocês levarem meu filho caçula com vocês e me deixarem solita em BH com meu maridinho.

Randall, só para registrar: eu gosto de São Paulo. Não gosto é de Itanhaém. Pego filas para ir a shows, cinema, teatro. Mas detesto fila para banho, tomar água, comprar pão...

Anônimo disse...

Odeio praia em final de ano...