terça-feira, dezembro 05, 2006

Esse é do Randall para o meu pai

Ok, ok, na verdade o Randall não escreveu este post para o meu pai, mas não pude deixar de pensar nele na hora que o li. Achei o texto belíssimo e resolvi dividi-lo com meus amigos que eu sei que curtirão porque o cara manda bem. E meu pai rubro-negro vai adorar.
Domingo, Dezembro 03, 2006
Na madrugada de sexta pra sábado, enquanto eu esperava a semi-final do esporte de bicha gente fina (teoria a respeito, posts atrás), enfim descobri pra que serve o You Tube. É, porque até então as pessoas me mandavam vídeos duma menina mandando o Silvio Santos enfiar o bambu no cu e coisas assim, e eu não vejo muita graça. Quer dizer, é engraçado, mas não justifica tanta febre em cima de um site por causa disso. Mas aí eu vi no blog do Mário um vídeo sobre "Hotel Lancaster", aproveitei pra ver a entrevista dele no Saca Rolha, e procurei vídeos do Gilles Villeneuve, quando me dei conta, estava assistindo os vídeos do Flamengo do Zico. Nem todo mundo sabe, mas eu era Flamengo. Em Goiânia, durante um certo tempo, eu até achei que todo mundo era Flamengo. Ao menos entre os meus amigos, não havia divisão. Eram todos Flamengo! E era bom ser Flamengo, era fácil ser Flamengo! Porque com o Goiás, era passar metade do ano naquelas de ganhar do Vila e a outra metade torcendo pra "fazer bonito" no Brasileiro, sempre com fórmulas bizarras e muitos times. Já com o Flamengo era diferente, pois aquele time parecia ganhar tudo, e de todo mundo! A minha primeira memória futebolística é a final do brasileiro de 80, aquele épico 3 x 2 em cima do Atlético Mineiro! Revi no you tube, especialmente o drible do Nunes no negrão antes de matar o João Leite. Dois anos depois, o Bi em cima do Grêmio, com uma entrevista do Zico um dia antes, prevendo 1 x 0, gol do Nunes. E é do Nunes também uma imagem inesquecível, na final do Mundial, quando ele faz o terceiro gol e sai com os braços abertos, berrando, antes de parar sobre a linha lateral! O Flamengo apareceu com uma camisa esquisita naquele dia, que o Brasil inteiro fez questão de comprar depois. Na Libertadores... o gol do Zico de falta no Centenário, jogo desempate, o Flamengo jogou com uma camisa que tinha uns números enormes, não sei porque. Zico no Maraca, Zico no Centenário, podia-se contar com o Zico! Era gostoso escalar aquele time, só pra poder falar, como se fosse uma única palavra, ANDRADE-ADÍLIO-E-ZICO! O ataque variava, mas era bom rimar com Tita, Nunes e Lico! Mas de todos, todos, todos os Flamengos, o que eu mais gosto de lembrar é o de 87, meu primeiro e único título como rubro-negro adolescente, estranhamente único flamenguista no time da classe, repleto de Tricolores e dois Vascaínos insuportáveis com o título no carioca daquele ano. O Mengão de 87 tinha o Zico como um daqueles velhos pistoleiros que voltam pra um último serviço, Clint Eastwood em Os Imperdoáveis, com o Andrade coadjuvando bem de Morgan Freeman. No gol, um horroroso Zé Carlos, que pegou até pensamento contra o Atlético Mineiro no primeiro jogo do Maraca. Nas laterais, a dupla que traria o caneco em 94 pela Seleção Brasileira, Jorginho e Leonardo. Edinho e o clássico Leandro davam a segurança na zaga. Aílton e Zinho eram os chamados operários, Bebeto enfim deixou de ser promessa, marcando um gol por jogo das semi-finais em diante, e Ele, Renato Gaúcho, o dínamo da equipe. É dele a cena inesquecível, arrancando do meio-campo, deixando Luizinho (por aqui, Paolo Rossi, por favor) pra trás, fintando o João Leite e completando para as redes, antes de se atirar de joelho no gramado. Na volta ao meio-campo, beijinhos jogados para o técnico do Galo, ninguém menos que o perde-copa Telê Santana, que cortara Renato do Mundial um ano antes. Tem gente que se ressente do seu pião, do tempo em que empinava pipa, do forte apache, ou de qualquer coisa que o lembre da infância, e às vezes acha esse brinquedo guardado numa caixa na casa da mãe e lembra de seus tempos de menino. A minha vida era futebol. De botão, de rua, na TV ou na quadra da escola, com técnico, jogo de camisa e tudo. E o Flamengo foi meu brinquedo mais querido, que eu achei numa caixa aqui em casa na sexta-feira...
postado por: Randall Ferreira Neto 11:20 PM

E Randall: acho que ficou meio comprovado que "uma vez Flamengo, sempre Flamengo". Ainda que você torça para o Goiás. E para o Parmera.

4 comentários:

gigi disse...

Quem é Randall, Ju?
bjs

Juliana A.B.F. disse...

Gigi, maior mancada minha não ter colocado link do blog do cara no post.

www.febrealta.blogger.com.br.

Randall é o dono de um dos melhores blogs que eu já li. Engraçado, irônico, meio mau humorado, muito inteligente... visita lá.

Anônimo disse...

Atualiza lá lá lá lá lá lá lá (show de calouros)

Anônimo disse...

Sou eu, Gigi!