quarta-feira, dezembro 13, 2006

Subindo Bahia



Estava eu aqui recolhida ao meu mau humor sazonal, sem vontade nenhuma de falar com ninguém (milagre?) ou escrever. Até porque qualquer coisa que eu escreva durante a TPM (Tira as Patas, Moleque!) sai muito, muito azeda. Mas hoje, tudo miraculosamente deu certo, apesar da TPM (Tocou, pegou, morreu!): via crucis dos tribunais foi vencida com sucesso, comprei as passagens para SP (ueba!!!), dei conta de todos os pequenos afazeres da minha atribulada vida de mulher-trabalhadeira-pé-de-boi/mãe/dona otta... e tudo isso sem soltar um berro sequer. E como diz meu Velho Saravá, "é melhor ser alegre que ser triste". Resolvi, então, falar de alguma coisa que eu gosto e fazer um post bem azulzinho.

Muito bem... eu gosto da Rua da Bahia.

Aliás, essa é a vista da minha franciscana sala de trabalho, meu único luxo além da foto dos meus filhos. Essa rua é o espírito da minha cidade.Bem, vou mostrá-los onde estou e vocês verão o que eu vejo todos os dias: vindo da Praça da Estação, vá subindo a Rua da Bahia... pode vir... atravessa a Avenida Afonso Pena... mais um quarteirão e... aqui estou eu! Esquina de Bahia com Goitacazes. Da minha janela dá para ver o Drummond eternamente conversando com o Pedro Nava. Da minha janela eu vejo cadeiras de engraxate onde o dia todo engravatados e desengravatados sentam para dar um grau no pisante e trocar dois dedos de prosa com um engraxate também centenário. Se desço e atravesso a rua, tomo um cafezinho no Café Metrópole, tão velhinho quanto a minha rua amada.Ah! e onde mais se compra jornal e recebe, além do jornal, uma frase inspirada do Deepak Chopra, Gandhi, Chaplin, Che, Machado de Assis, Buda, senão na banca do Ricardo Teixeira (não é quem vocês estão pensando) também ali na minha esquina?E olhando Bahia acima, lá na esquina da Augusto de Lima a gente vê o Centro Cultural, aquela construção com cara de igreja bem em frente ao Edifício Maleta, que eu desconfio que seja o o portal de um universo paralelo. Aliás, é no Maleta que ficam os 20 sebos mais bacanas da cidade, além da Cantina do Lucas e seu filé a parmegiana absolutamente maravilhoso (imaginem se eu não ia falar de comida?). Bem, essa é a esquina de Ipiranga com São João mineira. Sempre que passo por lá, alguma coisa acontece no meu coração.A Bahia vem lá da Tereza Cristina. Andando a passos lentos - por que o passeio vale a pena e porque, afinal, a rua da Bahia é uma subidona sem fim e cansa muito uma caminhada mais rápida - a gente vê a Praça da Estação, hoje linda e bem cuidada. Sobe um pouquinho e chegamos ao Viaduto de Santa Tereza, o caminho da Floresta. Mas não pegaremos hoje esse caminho. Passamos ao lado do Parque Municipal e do Mercado das Flores e continuamos a subir até minha esquininha. A Bahia continua até a Avenida do Contorno passando por muitos lugares cheios de história: Igreja de Lourdes, Biblioteca Municipal, Minas Tênis Clube... Mas eu fico aqui, sentadinha, na Bahia com Goitacazes, vendo a cidade respirar. Porque só de andar até aqui eu já perdi o fôlego.

3 comentários:

Isis disse...

que texto lindo para uma TPM!!!!
poxa Jú...me deu um aperto no coração de saudade de BH....em 2007 nos veremos aí por essas bandas viu????Prometo prometo...

bjokas

Anônimo disse...

testando.

Anônimo disse...

Nossa muito legal !!! Deu até vontande de conhecer a rua Bahia !!!!!!
E almoçar com vc !!!!!